quinta-feira, 26 de abril de 2018

Linha do tempo pré-histórica até o nascimento de Cristo

16.000.000 a.c. – 500.000 a.c.

“A origem do homem (15 milhões-10 milhões a.C.)”
“Machadinha de pedra (c. 2 milhões-1 milhão a.C.)”
“Atapuerca (780.000 a.C.)”
Atapuerca é um complexo arqueológico espanhol próximo da cidade de Burgos que apresenta os mais antigos fósseis humanos da Europa (anteriores a 800 mil anos) e uma coleção paleoantropológica. É considerado essencial para o estudo e o conhecimento das populações européias do paleolítico inferior. Os sítios arqueológicos que se localizam em diferentes pontos de um moldado lavrado em calcáreo do período cretáceo, acolhem uma mistura confusa de sedimentos pleistocênicos. O documento estelar é Trincheira Dolorosa 6, o ‘estrato Aurora’, por apresentar uma fauna representativa do final do pleistoceno inferior, sendo a espécie Mimomys savini a principal protagonista, por estar associada a um conjunto de ferramentas líticas talhadas, não muito relevante ao se reduzir a superfície escavada a 6 m2, e podendo ser qualificado como pré-achelense e, em particular, pelo sensacional descobrimento de 36 restos humanos, que correspondem no mínimo a quatro indivíduos e que passam a ser, dada sua anterioridade ao episódio da inversão magnética de Matuyama-Bruhnes (por volta de 780.000 anos), os ossos humanos mais antigos descobertos no continente europeu.
“Fogo (c. 500.000 a.C.)”

500.000 a.C. – 7.000 a.C.

“Mamute lanudo (30.000 a.C.)”
Mamute é o nome comum a diversas espécies de mamíferos extintos que pertenciam à família dos elefantes. Tinham uns dentes agudos e fortes curvados e tão longos que alcançavam uma distância de mais de 3 metros. Eram cobertos por um pêlo espesso e longo, com uma camada inferior de lã muito densa. Classificação científica: gênero Mammuthus, ordem Proboscídeos, família Elefantídeos.
O homem na América (30.000 a.C.)”
“Gruta de Lascaux (28.000 a.C.)”
Lascaux é uma caverna localizada no vale de Vézère, próxima de Montignac, no departamento de Dordogne (sudoeste da França), cujas paredes e tetos apresentam alguns dos mais importantes exemplos de pintura e gravuras da arte paleolítica descobertos até hoje. Em tons amarelos, vermelhos, pardos e negros, estão representados diversos animais como bisontes, cavalos e cervos com motivos geométricos.
“Gruta de Altamira (14.000 a.C.)”
Gruta de Altamira, caverna pré-histórica situada em Santillana del Mar (Cantabria, Espanha), onde está documentada uma cena de caça do paleolítico superior. Foi descoberta por um habitante de Santander, Marcelino Sanz, em 1876. As evidências mais espetaculares da atividade humana na caverna correspondem à arte parietal, tornando-se uma das mais destacadas manifestações da arte paleolítica dos períodos solutrense e magdalenense, datados entre 21 e 17 mil anos. O conjunto mais importante é o da sala dos polícromos, onde estão representados animais polícromos (bícromos na realidade) tratados de forma naturalista. Os búfalos se destacam em primeiro plano, e em segundo cavalos e alguns cervos, além de outros signos esquemáticos. No restante da caverna, gravuras e pinturas aparecem sistematicamente isoladas (exceto num estreito corredor conhecido como Rabo do cavalo). Junto com os animais, que englobam metade das quase trezentas figuras identificadas, está documentado um segundo grupo formado por signos. A gruta de Altamira forma parte da “província cantábrica” que, junto com as da Dordogne e Ariège, reúnem a maior concentração da arte parietal paleolítica do continente.
“Cachorros (8500 a.C.)”
“Domesticação de animais (8000 a.C.)”
“Jericó (7500 a.C.)”
Jericó (arqueologia), sítio arqueológico, situado ao norte do mar Morto na Cisjordânia, onde foram encontradas diferentes colinas. As escavações mais antigas foram realizadas, em Tell Al-Sultan, por Kathleen Kenyon, em 1952. Com terras férteis e uma primavera constante, foi local de ocupação permanente entre 9000 a.C. até 1500 a.C.

3.500 a.C. – 3.000 a.C.

“Invenção da Roda (c. 3500-3000 a.C.)”
Roda, disco circular projetado para girar sobre um eixo que passa pelo seu centro. A invenção da roda, entre 3500 a.C. e 3000 a.C, representou um marco importante no progresso da civilização. A roda se converteu em um sistema mecânico insubstituível para controlar o fluxo e a direção da força. As aplicações da roda na vida e na tecnologia modernas são quase infinitas.
Mesopotâmia: civilização suméria (c. 3500-c. 1800 a.C.)”
“Nascimento das civilizações (c. 3500 a.C.)”
“Sistema numérico egípcio (3400 a.C.)”
Egito: Império Antigo (c. 3100-2258 a.C.)”
“Escrita cuneiforme (c. 3000 a.C.)”
Escrita Cuneiforme (do latim cuneum, ‘cunha’), termo que se aplica aos signos que têm esta forma, gravados em pequenas tabuletas de argila, fazendo parte também de inscrições sobre metais, pedras, estelas e outros materiais. Os textos mais antigos têm 5.000 anos e os mais modernos remontam ao século I d.C. Acredita-se que a escrita cuneiforme, cuja origem provém do sul da Mesopotâmia, foi inventada pelos sumerianos. Posteriormente, foi adaptada para a escrita acádia. O emprego da escrita acádia difundiu-se pela Ásia Menor, Síria, Pérsia e foi utilizada nos documentos diplomáticos do Império egípcio. As primeiras inscrições estavam constituídas por pictogramas. Inventou-se um punção afiado para realizar as inscrições e, pouco a pouco, os traços dos pictogramas foram convertidos nos esquemas dos caracteres cuneiformes. O sistema possui mais de 600 signos. As escavações realizadas de 1928 a 1931 em Uruk — hoje, Warka, Iraque —, proporcionaram os mais antigos exemplos conhecidos. A transcrição da escrita cuneiforme contribuiu para o conhecimento que, hoje, se possui sobre a Assíria, a Babilônia e o antigo Oriente Médio. O Código de Hamurabi, com seus caracteres cuneiformes, é um dos documentos mais importantes que chegaram a nossos dias.
“Creta: civilizacão minóica (c. 3000-c. 1000 a.C.)”
Civilização Minóica, civilização da Idade do Bronze que se desenvolveu na ilha de Creta, antes da chegada dos gregos. É uma das três principais culturas do Egeu, sendo as outras a cicládica, que se desenvolveu nas ilhas Cíclades, e a micênica, que se estendeu pelo continente grego ao final do período heládico. Alcançou seu apogeu no II milênio a.C., principalmente, em Cnossos, Festos e Mallia (ou Mália). O arqueólogo britânico Arthur John Evans descobriu, em 1900, o palácio de Cnossos e deu o nome minóica a essa civilização em homenagem ao legendário rei Minos. Os reis de Cnossos alcançaram seu maior poder por volta de 1600 a.C., quando controlavam toda a zona do mar Egeu e comerciavam com o Egito.

3.000 a.C. – 2.500 a.C.

“Papiro (c. 2800 a.C.)”
Papiro, nome comum de certa planta que alcança entre 1 e 3 m de altura. Cresce no Egito, na Etiópia, no vale do Rio Jordão e na Sicília. Na Antigüidade, seus caules eram usados na elaboração de um suporte para escrita de consistência semelhante à do papel.
Classificação científica: Família das Ciperáceas; é a espécie Cyperus papyrus.
“Pirâmides egípcias (c. 2680-2565 a.C.)”
Pirâmides, edifícios sólidos de base poligonal, cujos lados convergentes formam um vértice. Foram construídas por algumas civilizações antigas, especialmente no antigo Egito e na América pré-colombiana. As egípcias eram formadas por uma pirâmide reta e de base quadrada, enquanto que as americanas são estruturas poliédricas compostas por patamares ou degraus que conduzem a um topo plano.
“Índia: civilização do vale do Indo (c. 2500-c.1500 a.C.)”
Civilização do vale do Indo (c. 2500-1700 a.C.), primeira civilização conhecida no sul da Ásia, corresponde às culturas da Idade do Bronze do antigo Egito, Mesopotâmia e Creta. Foram encontrados vestígios dessa cultura por todo o vale do rio Indo no Paquistão, ao longo da fronteira com o Irã pelo oeste, nos estados do noroeste da Índia até Nova Delhi pelo oeste, e no rio Oxus (atual Amu Darya) no norte do Afeganistão. De todas as culturas da Idade do Bronze, a civilização do vale do Indo é a que abrange uma das zonas geográficas mais extensas.
“Gatos (c. 2500 a.C.)”

2.500 a.C. – 2.000 a.C.

“Egito: Império Médio (2134-1668 a.C.)”
“Poema de Gilgamesh (c. 2000 a.C.)”
Gilgamesh, importante obra literária suméria, escrita em caracteres cuneiformes sobre doze tablilhas ou pedras grandes de argila em torno de 2000 a.C. Este poema heróico recebe o nome de seu herói, Gilgamesh, um despótico rei da Babilônia que governou a cidade de Uruk (atual Warka, no Iraque).
“Melancia (2000 a.C.)”
“Sorvete (c. 2000 a.C.)”
“Grécia: civilização micênica (c. 2000-1100 a.C.)”
Micenas, antiga cidade na planície da Argólia, na Grécia denominou a cultura que se desenvolveu no continente grego durante a Idade do Bronze. Outros centros importantes da cultura micênica foram Tirinto e Pilos. Homero chamou aqueus aos micênicos na Iliada e na Odisséia, que possivelmente se identificaram com os povos indo-europeus que chegaram à Grécia por volta do ano 2000 a.C.
“Ásia Menor: império hitita (c. 2000-1200 a.C.)”
Hititas (em hebreu, Hittim), antigo povo da Ásia Menor e Oriente Médio, que habitou a terra de Hatti no planalto central, atual Anatólia (Turquia) e algumas regiões do norte da Síria. Os hititas, cuja origem é desconhecida, falavam uma das línguas indo-européias. Invadiram a região, que começou a ser conhecida como Hatti por volta de 1900 a.C., e impuseram seu idioma, cultura e domínio sobre os habitantes originais, que falavam uma língua consolidada que não pertencia ao tronco indo-europeu.
A primeira cidade fundada pelos hititas foi Nesa, próxima à atual Kayseri, na Turquia. Pouco depois de 1800 a.C. conquistaram a cidade de Hattusa, perto da moderna Bogazköy. A história hitita é conhecida, apenas, até o século XVII a.C., quando o líder Labarna (que reinou aproximadamente de 1680-1650 a.C.), ou Tabarna, fundou o denominado Antigo Reino Hitita, tornando Hattusa capital. Labarna conquistou praticamente toda a Anatólia central e estendeu seus domínios até o mar Mediterrâneo. Seus sucessores expandiram as conquistas hititas até o norte da Síria. Mursilis I (que reinou aproximadamente de 1620-1590 a.C.) conquistou o que atualmente é Alepo, na Síria, e destruiu a Babilônia por volta de 1595 a.C. Depois do assassinato de Mursilis houve um período de lutas internas e ameaças externas que terminaram durante o reinado de Telipinus I (que reinou aproximadamente de 1525-1500 a.C.).
Para assegurar a estabilidade do reino, o monarca promulgou uma estrita lei de sucessão e adotou medidas contundentes para suprimir a violência. O rei hitita atuava como sumo sacerdote, chefe militar e juiz principal da terra. O reino era administrado por governantes provinciais que eram substitutos do rei. Os êxitos mais relevantes da civilização hitita se encontram no campo da legislação e da administração da justiça. Os códigos civis dos hititas revelam uma grande influência babilônica, embora seu sistema judicial seja muito mais severo do que o dos babilônios.
A economia hitita estava baseada na agricultura e suas técnicas metalúrgicas eram avançadas para a época; provavelmente foi o primeiro povo a utilizar o ferro. Os hititas veneravam numerosas divindades locais. A mitologia hitita, assim como a religião, supõe uma combinação de elementos que refletem a diversidade de cultos dentro do reino. São de especial interesse alguns poemas épicos que contêm mitos, originalmente hurritas, com motivos babilônicos.
Os estudiosos encontraram influência suméria, babilônica, assíria, hurrita, luvita e outras estrangeiras no panteão hitita. A arte e a arquitetura dos hititas foram influenciadas por praticamente todas as culturas contemporâneas do antigo Oriente Médio e, acima de todas, pela cultura babilônica. Apesar disso, os hititas alcançaram certa independência de estilo que torna sua arte distinta. Os materiais de seus edifícios normalmente eram a pedra e o tijolo, embora também usassem colunas de madeira. Os numerosos palácios, templos e fortificações foram com freqüência decorados com relevos estilizados e intrincados, talhados nos muros, portas e entradas.
“Dinastia Hia (c. 2000 a.C.)”
“Mesopotâmia: Império Babilônico (c. 2000-1531 a.C.)”
Babilônia (império) (em babilônio: Bâbili, “porta de Deus” persa antigo, abirush), antigo reino da Mesopotâmia, conhecido originalmente como Sumer e depois como Sumer e Acad, entre os rios Tigre e Eufrates, ao sul da atual Bagdá, Iraque. A civilização babilônica, que existiu do século XVIII ao VI a.C., era, como a suméria que a precedeu, de caráter urbano, embora baseada mais na agricultura do que na indústria.
O país era constituído por 12 cidades, cercadas de povoados e aldeias. No alto da estrutura política estava o rei, monarca absoluto que exercia o poder legislativo, judicial e executivo. Abaixo dele havia um grupo de governadores e administradores selecionados. Os prefeitos e conselhos de anciãos da cidade eram encarregados da administração local.
Os babilônios modificaram e transformaram sua herança suméria para adequá-la a sua própria cultura e maneira de ser e influenciaram os países vizinhos, especialmente o reino da Assíria, que adotou praticamente por completo a cultura babilônica. As escavações arqueológicas realizadas permitiram que fossem encontradas importantes obras de literatura. Uma das mais valiosas é a magnífica coleção de leis (século XVIII a.C.) denominada Código de Hamurabi, que, junto com outros documentos e cartas pertencentes a diferentes períodos, proporcionam um amplo quadro da estrutura social e da organização econômica do império da Babilônia.
Mais de 1200 anos se passaram desde o glorioso reinado de Hamurabi até a conquista da Babilônia pelos persas. Durante esse longo período, a estrutura social e a organização econômica, a arte e a arquitetura, a ciência e a literatura, o sistema judicial e as crenças religiosas babilônicas, sofreram considerável mudança. Baseados na cultura do Sumer, os feitos culturais da Babilônia deixaram uma profunda impressão no mundo antigo e particularmente nos hebreus e gregos. A influência babilônica é evidente nas obras de poetas gregos como Homero e Hesíodo, na geometria do matemático grego Euclides, na astronomia, astrologia, heráldica e na Bíblia.

2.000 a.C. – 1.800 a.C.

Stonehenge (c. 1800 a.C.)”
Stonehenge, monumento pré-histórico situado na planície de Salisbury, ao sudoeste da Inglaterra. Acredita-se que tenha sido erguido entre o neolítico (final da Idade da Pedra) e a Idade do Bronze. É o mais famoso dos monumentos megalíticos da Inglaterra e a estrutura pré-histórica mais importante na Europa. É formado por quatro círculos concêntricos de pedra.
“História de Sinuhe (1800 a.C.)”

1.800 a.C. – 1.600 a.C.

“China: dinastia Chang (1766-1027 a.C.)”
Dinastia Chang, primeira dinastia imperial da China. Os primeiros calendários e documentos históricos chineses aparecem durante a dinastia Chang. É difícil datar seu reinado, que foi entre 1480 e 1050 a.C. A dinastia governava o que hoje em dia é a China setentrional e central, o planalto de Huang He e o território das províncias de Henan, Hebei e Shandong. O Estado e sua cultura evoluíram de acordo com as características da Idade da Pedra. A tecnologia Chang consistia numa combinação de elementos da Idade do Bronze e da Idade do Ferro. A tradição chinesa descreve o último monarca Chang como um tirano cruel, que foi derrotado por um enérgico rei Chou. O domínio Chang assentou as bases da civilização chinesa.
“Centeio (1700 a.C.)”
Centeio, nome comum de um cereal anual nativo da Eurásia temperada, onde é usado principalmente para fazer pão (misturado com outros cereais) e como forragem para o gado. É empregado também na fabricação de uísque, participando com mais de 50% na mistura de cereais utilizados para produzir o malte. A planta se caracteriza pelas espigas delgadas que contêm as sementes, formadas por duas ou mais espículas.
Classificação científica: Família das Gramíneas. É a espécie Secale cereale.
“Domesticação do cavalo (c. 1668 a.C.)”
“Língua grega (c. 1600 a.C.)”
Código de Hamurabi (c. 1792-1750 a.C.)”
Código de Hamurabi, coleção de leis e editos do rei Hamurabi, que constitui o primeiro código conhecido da história. Compõe-se de uma série de emendas ao Direito comum da Babilônia. Uma cópia do mesmo, realizada em escrita cuneiforme esculpida sobre um bloco de pedra negra de dois metros de altura, encontra-se atualmente no Museu do Louvre.

1.600 a.C. – 1.400 a.C.

“Egito: Império Novo (1570-1070 a.C.)”
“Hatshepsut (1504 a.C.)”
Hatshepsut (1520-1483 a.C.), governante egípcia da XVIII dinastia (1503-1483 a.C.), filha de Tutmés I. Contraiu matrimônio com seu meio-irmão, Tutmés II, ao lado de quem governou o Egito até 1504 a.C., quando da morte de Tutmés II.
“Índia: dinastia Mauria (c.1500-185 a.C.)”
Mauria, Dinastia, dinastia imperial que governou a Índia aproximadamente do ano 321 até 185 a.C.; a primeira que quase logrou reunificar todo o subcontinente sob uma única autoridade. Tinha sua sede no reino de Magadha, que Chandragupta, fundador da dinastia, ocupou por volta do ano 321 a.C. após enviar um variado contingente contra a moribunda dinastia Nanda. Estendeu seu poder a quase toda a Índia setentrional e central, assim como ao Afeganistão e ao Hindu Kus. A sociedade encontrava-se dividida em grupos sociais ou castas, semelhante ao atual sistema de castas na Índia e contava com um grande exército.
“Os hebreus: nascimento e expansão do judaísmo (1500 a.C.-70 d.C.)”
“Escrita silábica (1400 a.C.)”
Escrita, método de comunicação humana realizado por meio de sinais visuais que constituem um sistema. Estes sistemas podem ser incompletos ou completos. Os sistemas incompletos, usados para anotações, são mecanismos técnicos que registram feitos significativos ou expressam significações gerais. Incluem a escrita pictográfica, a ideográfica e a usada por objetos marcados.
Nos sistemas incompletos não existe correspondência entre os signos gráficos e a língua representada, o que os torna ambíguos. Um sistema completo é aquele capaz de expressar, na escrita, tudo quanto formula oralmente. Caracteriza-se pela correspondência, mais ou menos estável, entre os sinais gráficos e os elementos da língua que transcreve.
Os sistemas completos classificam-se em ideográficos (também chamados morfemáticos), silábicos e alfabéticos. O sistema ideográfico, denominado ideograma, representa palavras completas. O sistema silábico utiliza signos que representam sons com os quais se escrevem as palavras. O sistema alfabético tem mais signos para escrever e cada signo representa um fonema. Ver também Descoberta do Alfabeto.
O primeiro escrito conhecido, anterior a 3000 a.C, é atribuído aos sumérios da Mesopotâmia. Escrito com caracteres ideográficos, propicia uma leitura pouco precisa. Identifica-se nele o princípio da transferência fonética e é possível rastrear sua história até averiguar como foi convertido em escrita ideossilábica. No caso dos egípcios, são conhecidos escritos que remontam a cerca de cem anos depois e também registram o princípio da transferência fonética.
Outros sistemas ideossilábicos surgiram mais tarde no Egeu, Anatólia e na Indochina. Na última metade do segundo milênio antes de Cristo, os povos semíticos, que viviam na Síria e na Palestina, adotaram o silabário egípcio. Os gregos basearam-se na escrita dos fenícios e acrescentaram a ela vogais e consoantes, criando a escrita alfabética em torno de 800 a.C.

1.400 a.C. – 1.200 a.C.

“Akhenaton (1350-1334 a.C.)”
Akhenaton ou Amenófis IV, faraó egípcio (1350?-1334 a.C.), também chamado Neferkheperure, Aknaton ou Amenhotep IV. Akhenaton era filho de Amenófis III e da imperatriz Tiy e marido de Nefertiti, cuja beleza é conhecida através de esculturas da época. Akhenaton foi o último soberano da XVIII dinastia do Império Novo e se destacou por identificar-se com Aton, ou Aten, deus solar, aceitando-o como único criador do universo. Alguns eruditos consideram-no o primeiro monoteísta. Depois de instituir a nova religião, mudou seu nome de Amenófis IV para Akhenaton, que significa “Aton está satisfeito”.
Mudou a capital de Tebas para Akhenaton, na atual localização de Tell al-Amama, dedicando-a a Aton, e ordenou a destruição de todos os resquícios da religião politeísta de seus ancestrais. Essa revolução religiosa determinou transformações no trabalho dos artistas egípcios e, também, no desenvolvimento de uma nova literatura religiosa. Entretanto, essas mudanças não continuaram após a morte de Akhenaton. Seu genro, Tutankhamen, restaurou a antiga religião politeísta e a arte egípcia uma vez mais foi sacralizada.
“Karnak (c. 1220 a.C.)”
Karnak (antiga Hermonthis), cidade do leste do Egito, às margens do rio Nilo. Está localizada sobre a metade setentrional da antiga Tebas. A metade meridional da cidade é ocupada por Luxor. Karnak é famosa pelas ruínas de um grupo de templos construídos quando Tebas era o centro da religião egípcia. O templo mais notável é o do deus Amon.
“Cânticos vedas (1200 a.C.)”
Vedas (em sânscrito “conhecimento”), os escritos sagrados mais antigos do hinduísmo ou cada um dos livros que formam o conjunto. Estes escritos literários antigos consistem de quatro conjuntos de hinos, incluindo formulações poéticas e fórmulas cerimoniais. São conhecidas como Rig-Veda, Sama-Veda, Yajur-Veda e Atharva-Veda. Também são chamadas de as samhitas (que significa “coleção”).
As quatro coleções de vedas foram compostas em védico, uma forma antiga do sânscrito. Acredita-se que as passagens mais antigas foram escritas por estudiosos procedentes, em sua maioria, dos arianos que invadiram a Índia entre os anos 1300 e 1000 a.C. No entanto, as coleções de vedas, tal como as conhecemos hoje, datam, provavelmente, do século III a.C. Antes de serem escritas, sábios chamados rishi as transmitiram oralmente, transformando-as e elaborando-as durante este processo. Desta maneira, preservaram grande parte do material ariano original e da cultura dravidiana da Índia, distinguidas, claramente, no texto.
As três primeiras samhitas consistem num apanhado de instruções para condução de rituais do período védico, oficiadas por três tipos de sacerdotes que comandavam as cerimônias de sacrifícios. Rig-Veda contém mais de mil hinos (em sânscrito, rig), compostos em várias métricas poéticas e ordenados em dez livros. Sama-Veda revela passagens em verso tomados, em sua maioria, do Rig-Veda. Yajur-Veda são duas revisões compostas parte em verso e parte em prosa com o mesmo material, ordenado de forma diferente. Também contém fórmulas para os sacrifícios (em sânscrito, yaja significa “sacrifício”). Já Atharva-Veda parte do qual a tradição atribui a um rishi chamado Atharvan, é composto por uma ampla variedade de hinos, encantamentos e palavras mágicas.

1.200 a.C. – 1.000 a.C.

“México: civilização olmeca (1200-300 a.C.)”
Olmecas, povo mexicano que originou a mais antiga civilização (1500-900 a.C.) da Mesoamérica, situada nos atuais estados de Veracruz e Tabasco. A civilização olmeca deixou estabelecidos padrões de cultura que influenciaram os séculos posteriores. Considerada cultura ‘madre’ do México, destacam-se as colossais cabeças com mais de 25 t de peso.
“Mercadores fenícios dominam o Mediterrâneo (1200-332 a.C.)”
“Grécia: período arcaico (1200-500 a.C.)”
“Oriente Médio: Império Assírio (c. 1200-609 a.C.)”
Assíria (antigo Ashur, Ashshur ou Assur), antigo país da Ásia, localizado ao norte da Mesopotâmia, a partir da fronteira norte do atual Iraque. Suas conquistas se estenderam aos vales dos rios Tigre e Eufrates. A parte ocidental do país era uma estepe adequada apenas a uma população nômade. Entretanto, a parte oriental era apropriada para a agricultura, com colinas cheias de bosques e férteis vales banhados por pequenos rios.
A leste da Síria se encontram os montes Zagros; ao norte, um escalão de platôs conduz ao maciço armênio; a oeste se estende a planície da Mesopotâmia. Ao sul se encontrava o país conhecido primeiro como Sumer, depois Sumer e Acad e, mais tarde, Babilônia.
Mesopotâmia é o nome que os antigos gregos deram a toda a região em que surgiram esses países, incluindo a Assíria. As cidades mais importantes da Assíria, todas situadas no território do atual Iraque, eram Assur, atualmente Sharqat; Nínive, da qual os únicos vestígios que indicam sua localização são dois grandes tells (colinas formadas sobre ruínas), Quyunyik e Nabi Yunas; Calach, hoje Nimrud, e Dur Sharrukin, atualmente Jursabad (Jorsabad).
A literatura assíria era praticamente idêntica à babilônica, e os reis assírios mais cultos, principalmente Assurbanipal, se gabavam de armazenar em suas bibliotecas cópias de documentos literários babilônicos. A vida social ou familiar, os costumes matrimoniais e as leis de propriedade também eram muito parecidas. E as práticas e crenças religiosas, muito semelhantes às da Babilônia, inclusive o deus nacional assírio, Assur, foi substituído pelo deus babilônio Marduk.
A principal contribuição cultural assíria ocorreu no campo da arte e da arquitetura. Segundo os descobrimentos arqueológicos, a Assíria foi habitada desde o início da era paleolítica. Apesar disso, a vida sedentária não teve origem nessa região, até cerca de 6500 a.C. O fim do Império Assírio ocorreu no ano de 612 a.C., quando o exército, comandado por seu último rei, Assur-Uballit II (612-609 a.C.), foi derrotado pelos medas em Harran.
Ao longo de sua história, o poder da Assíria dependeu quase que inteiramente de sua força militar. O rei era o comandante-em-chefe do exército e dirigia suas campanhas. Embora em teoria fosse monarca absoluto, na realidade os nobres e cortesãos que o rodeavam, assim como os governadores que nomeava para administrar as terras conquistadas, tomavam frequentemente decisões em seu nome. As ambições e intrigas foram uma ameaça constante para a vida do governante assírio. Essa debilidade central na organização e na administração do Império Assírio foi responsável por sua desintegração e colapso.
“Alfabeto grego (c. 1050 a.C.)”

1.000 a.C. – 800 a.C.

“África: reino de Núbia (c. 1000 a.C.-c. 350 d.C.)”
Núbia, região do nordeste da África, situada em ambos os lados do Nilo, entre Asuã no Egito e Khartum no Sudão. Foi governada pelo Egito até que no século VIII a.C. os núbios conseguiram a independência, mantendo-a até a conquista pelos árabes.
“Salomão (950 a.C.)”
Salomão, rei do antigo Israel (reinou entre 961-922 a.C.), segundo filho de Davi e Betsabá (II Sam. 12,24), foi o último rei do Israel unificado. Na literatura judaica e muçulmana posterior aparece não apenas como o mais sábio dos sábios, mas, também, como personagem capaz de dirigir os espíritos do mundo invisível. Ocupa lugar destacado na literatura e na história e foi o construtor do templo de Jerusalém. Grande administrador, manteve o reino unido, melhorando as fortificações e estabelecendo alianças com Tiro e outras nações vizinhas.
“Cartago domina o Mediterrâneo ocidental (c. 800-146 a.C.)”

800 a.C. – 600 a.C.

“Nascimento de Roma (753-44 a.C.)”
“Primeiros Jogos olímpicos (776 a.C.)”
Jogos Olímpicos na Antigüidade, os mais famosos dos quatro jogos antigos celebrados pelos gregos. Celebravam-se no verão a cada quatro anos (período denominado olimpíada) em Olímpia e em honra a Zeus. Apenas podiam competir homens honrados de descendência grega. Converteram-se em uma celebração com diferentes provas: corridas a pé, luta, pugilismo, pancratium,corridas de cavalos e pentatlo. Os ganhadores recebiam guirlandas de oliva e outorgavam fama a suas cidades de origem. Alcançaram sua popularidade máxima nos séculos V e IV a.C. Em 394 d.C., Teodósio I, o Grande, suspendeu-os. Ver Jogos Olímpicos.
“Zoroastro (630 a.C.)”
Zoroastro (630-550 a.C.), ou Zaratustra, profeta da religião persa, fundador do zoroastrismo. Acredita-se que foi sacerdote e, desde a juventude, tenha recebido revelações de Ahura Mazda (“Senhor do conhecimento”). As conversas com esta divindade — além das dificuldades que encontrou em suas pregações — foram recolhidas nos Gathas que constituem parte das escrituras sagradas chamadas Avesta. A profundidade intelectual de sua religião influenciou o pensamento ocidental. Platão, Aristóteles e outros pensadores gregos (ver Filosofia grega) interessaram-se por suas doutrinas. Zoroastro deixou expresso que apenas Ahura Mazda é digno de culto e que um de seus filhos tornou-se demônio, fato que dividiu o mundo nos princípios opostos do bem e do mal (ver Maniqueísmo). Estes dois elementos prefiguram a posterior especulação ética e religiosa.
“Império Caldeu (626-539 a.C.)”
“Leis de Dracon (621 a.C.)”

600 a.C. – 1 d.C.

“Cativeiro da Babilônia (597-538 a.C.)”
Cativeiro da Babilônia, período entre a deportação dos judeus da Palestina para a Babilônia, efetuada pelo rei Nabucodonosor II, e a libertação, em 538 a.C., pelo rei persa Ciro.
Império persa (557-331 a.C.)”
“Taõ rico quanto Creso (c. 550 a.C.)”
Creso (reinou de  560 a 546 a.C.), último rei da Lídia, antigo país da Ásia Menor. Quando seu pai, o rei Aliates da Lídia, morreu em 560 a.C., Creso depois de uma breve disputa, com seu meio-irmão, tornou-se rei. Expandiu seus domínios, dominando todas as cidades gregas situadas na costa da Ásia Menor (atual Turquia), acumulando uma enorme fortuna a partir dos saques realizados.
Buda (c. 528)”
Buda (563?-483? a.C.), fundador do budismo, nascido com o nome de Sidarta, no parque Lumbini, perto de Kapilavastu, onde hoje é o Nepal. O nome de Buda Gautama, pelo qual se tornou conhecido o Buda histórico, é uma combinação de seu nome de família, Gautama, e o epíteto Buda que significa “o iluminado”. Começou a buscar a iluminação aos 29 anos, ao descobrir que o sofrimento é o destino da humanidade. Em busca da verdade, abandonou a família e a riqueza. Durante seis anos, esforçou-se para alcançar a iluminação através de um severo ascetismo. Percebendo a ineficácia deste método, modificou-se a ponto de perder os discípulos. Aos 35 anos, atingiu a iluminação e compreendeu as Quatro Grandes Verdades: 1) toda existência é sofrimento; 2) todo sofrimento é provocado pela ignorância; 3) pode-se vencer o sofrimento superando a ignorância; 4) esta superação é alcançada através do Grande Caminho Óctuplo, da moralidade e da sabedoria. Decidido a divulgar o dharma (lei) reuniu-se, perto de Benarés, com os antigos discípulos que o aceitaram como mestre e se ordenaram monges. Um de seus princípios fundamentais é o “caminho do meio”, entre os extremos do sacrifício e da autocompaixão. Morreu aos 80 anos, em Kusinagara, depois de uma vida missionária. Sua rebelião contra o sistema de castas e os extremismos hedonistas, ascéticos e espirituais influiu, decisivamente, na formação do hinduísmo.
“Maratona (490 a.C.)”
“Partenon (447-432 a.C.)”
Pártenon, templo dórico dedicado a Atena Parthenos, situado no alto da Acrópolis de Atenas. Foi construído no século V a.C. a partir do projeto dos arquitetos Ictino e Calícrates, embora sua concepção esteja de certa forma relacionada à figura do escultor Fídias.
Sócrates (399 a.C.)”
Sócrates (470- 399 a.C.), filósofo grego. Foi o fundador da filosofia moral, ou axiologia. Nascido em Atenas, familiarizou-se com a retórica e a dialética dos sofistas, pensadores profissionais que combateu com veemência.
Ao contrário dos sofistas, que cobravam para ensinar, Sócrates passou grande parte de sua vida provocando discussões em que ajudava o interlocutor a descobrir as próprias verdades, num método que ficou conhecido como maiêutica. Nunca cobrou por suas aulas e ensinamentos. Antes de Sócrates, os filósofos acreditavam que deviam procurar uma explicação para o mundo natural. Depois dele, o pensamento voltou-se para os assuntos que Sócrates considerava fundamentais: o homem e o humano, temas espelhados na ética e na filosofia.
Sócrates jamais escreveu sobre qualquer assunto e as informações sobre ele procedem do historiador Xenofonte e, sobretudo, de Platão, que o descreveu como alguém que se ocultava atrás de uma irônica profissão da ignorância. Uma das histórias que sobreviveu ao tempo conta que, ao ser apontado pelo oráculo de Delfos como o mais sábio de todos os homens, Sócrates teria respondido: “só sei que nada sei”.
Sócrates foi o primeiro nome da trindade de pensadores gregos que marcaram a filosofia e cultura ocidental. Os outros dois são Platão e Aristóteles. Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente em 470 a.C. Era filho de uma parteira e de um homem bem relacionado nos meios políticos da cidade. Estudou com Arquelau, discípulo de Anaxágoras, e lutou em várias batalhas na guerra do Peloponeso. Casou-se com Xantipa, com quem teve três filhos. Seus contemporâneos o descrevem como um homem feio, mas dotado de grande senso de humor, arma que geralmente utilizava para obrigar um oponente a confessar sua ignorância sobre um assunto em pauta.
Sua contribuição à filosofia teve acentuado caráter ético. A base de seus ensinamentos foi a crença na compreensão dos conceitos de justiça, amor, virtude e conhecimento de si. Sócrates acreditava que todo vício é produto da ignorância. A virtude, afirmava, é conhecimento. Aqueles que conhecem o bem, agem de maneira justa. Acusado de desprezar os deuses do Estado e de introduzir novas divindades, foi condenado à morte. Embora seus amigos tivessem preparado sua fuga da prisão, preferiu acatar a lei, morrendo após beber uma infusão de cicuta.
“China: a dinastia Tsin unifica o país (361-206 a.C.)”
“Grécia: período helenístico (336 a.C.-27 d.C.)”
“Geometria de Euclides (c. 300 a.C.)”
“América Central: civilização maia (300 a.C.-900 d.C.)”
“Grande Muralha da China (c. 221-204 a.C.)”
Muralha da China, Grande, fortificação ao longo da fronteira norte e nordeste da China, que se estende de Jinwangdao (Chinwangtao), passando pelo golfo de Chihli (Bo Hai o Po Hai), até as proximidades de Gaodai (Kaotai) pelo leste, e a província de Gansu (Kansu) pelo oeste, com uma muralha interior que vai na direção sul das proximidades de Pequim até quase chegar a Handan (Hantan). O maior trecho da Muralha foi construído no reino de Ch’in Shih Huang Ti, primeiro imperador da dinastia Tsin (ou Qin), como defesa contra ataques dos povos nômades.
“Hispânia romana (218 a.C.-416 d.C.)”
“China: dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.)”
Han, Dinastia, dinastia chinesa (206 a.C.-220 d.C.) fundada por Liu Pang (mais tarde Gaodi) um humilde soldado que chegou a ser duque de Pei, depois príncipe de Han e por último (206 d.C.) imperador da China. Os Han lograram fazer da China um poderoso estado unificado. Liu forjou seu império, o dos primeiros Han (antigo ocidental), durante a luta pela sucessão que veio depois da morte do primeiro imperador, Shi Huangdi, e o desmembramento de seu curto império Ch’in (Qin), tomando a cidade de Ch’ ang-an, hoje em dia Xi’an (Sian) na província de Shaanxi (Shensi), como sua capital. Os primeiros Han decaíram no século I a.C.por terem vários imperadores meninos, consortes nepotistas e lutas pelo poder. Liu Xiu (mais tarde Kuang Wu Ti), o décimo quinto imperador Han, restabeleceu a dinastia conhecida com o nome dos Han modernos ou Han orientais (25-220 d.C.) e transferiu a capital para Luoyang (Lo-yang), na província de Henan (Ho-nan). Restaurou a estrutura governamental dos primeiros Han, mas por volta do ano 100 d.C., esta voltou a se deteriorar. Os primeiros Han somaram quatorze imperadores e os modernos Han doze.
“Estradas e República romanas (170 a.C.)”
Império romano (44 a.C.-476 d.C.)”
Império de Roma ou Romano (Império), período da história de Roma caracterizado por um regime político dominado por um imperador, que compreende desde o momento em que Otávio recebeu o título de Augusto (27 a.C.) até a dissolução do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). O Império sucedeu à República de Roma. Augusto reorganizou o território, acabando com a corrupção e extorsão que haviam caracterizado a administração do período anterior. Esse período representa o auge da idade de ouro da literatura latina, em que se destacam as obras poéticas de Virgílio, Horácio e Ovídio e a obra em prosa de Tito Lívio. Os imperadores seguintes da dinastia Júlio-Cláudia foram: Tibério, Calígula, Cláudio I e Nero. Durante os últimos anos, cometeram-se muitos excessos de poder. Vespasiano, junto com seus filhos Tito e Domiciano, constituíram a dinastia dos Flávios. Ressuscitaram a simplicidade do início do Império e tentaram restaurar a autoridade do Senado e promover o bem-estar do povo. Marco Cocceius Nerva (96-98) foi o primeiro dos denominados cinco bons imperadores, junto com Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio. Com Trajano, o Império alcançou sua máxima extensão territorial e seus sucessores estabilizaram as fronteiras. A dinastia dos Antoninos terminou com o sanguinário Lúcio Aurélio Cômodo. Constituíram a dinastia dos Severo: Lúcio Sétimo Severo, hábil governante; Caracala, famoso por sua brutalidade; Heliogábalo, imperador corrupto; e Alexandre Severo, que se destacou por sua justiça e sabedoria. Dos 12 imperadores que governaram nos anos seguintes, quase todos morreram violentamente. Os imperadores ilírios conseguiram que se desenrolasse um breve período de paz e prosperidade. Esta dinastia incluiu Cláudio II, o Gótico, e Aureliano. Diocleciano levou a cabo um bom número de reformas sociais, econômicas e políticas. Após seu mandato, houve uma guerra civil que só terminou com a ascensão de Constantino I, o Grande, que se converteu ao cristianismo e estabeleceu a capital em Bizâncio. Teodósio I reunificou o Império pela última vez. Após sua morte, Arcádio se converteu em imperador do Oriente e Honório, em imperador do Ocidente. Os povos invasores empreenderam gradualmente a conquista do Ocidente. Rômulo Augústulo, último imperador do Ocidente, foi deposto no ano de 476. O Império do Oriente, também denominado Império Bizantino, perduraria até 1453.
Jesus Cristo (c. 4 a.C.)”
Jesus, personagem principal do cristianismo, nascido em Bélem, Judéia, em data imprecisa, provavelmente entre 8 a.C. e 29 d.C. Para os cristãos, Jesus é o Filho de Deus, concebido por Maria, mulher de José. As principais fontes de informação sobre sua vida encontram-se nos Evangelhos. Todos os Evangelhos sinópticos – os três primeiros, de Mateus, Marcos e Lucas, assim chamados por apresentarem uma visão similar da vida de Cristo – relatam que Jesus iniciou sua vida pública depois da prisão de João Batista, que o batizou no rio Jordão. Após o batismo e o retiro no deserto, Jesus voltou à Galiléia, transferiu-se para Cafarnaum e começou a pregar. Quando o número de seguidores cresceu, escolheu 12 discípulos. Com eles, estabeleceu sua base em Cafarnaum e viajou pelas cidades próximas proclamando a chegada do reino de Deus. Sua ênfase na sinceridade moral – mais do que na observância rígida do ritual judaico – provocou a inimizade dos fariseus. O momento mais importante de sua vida pública ocorreu em Cesaréia, quando Simão, depois chamado Pedro, comprovou que Jesus era o Cristo. Esta revelação, a posterior predição de sua morte e ressurreição, as condições da missão que seus discípulos deviam cumprir e sua transfiguração, constituem a base principal das crenças cristãs. Na época da Páscoa judaica, Jesus fez sua última viagem a Jerusalém. Os sacerdotes e escribas (Jó. 11;48) conspiraram com Judas Iscariotes para prendê-lo. Jesus celebrou a ceia da Páscoa (Mt. 26;27), abençoou o pão e o vinho anunciando que, quando fiéis se reunissem e repetissem aquele gesto, “farão em memória de mim” e advertiu seus discípulos sobre a iminente traição e morte. Desde então, este ritual, a Eucaristia, constitui o principal sacramento da Igreja. Depois de preso, Jesus foi conduzido ao Conselho Supremo Judaico onde Caifás pediu que Jesus declarasse se era “o Messias, o filho de Deus” (Mt. 26,63). Por esta declaração, Jesus foi condenado à morte, sentenciado por Pôncio Pilatos. Após ser torturado, Jesus foi levado ao Gólgota e crucificado. “Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago” (Mc. 16,1), indo ao sepulcro para ungir seu corpo antes de o enterrarem, encontraram-no vazio e receberam, através de um anjo, o anúncio de sua ressurreição. Conforme o Novo Testamento (ver Bíblia), este fato converteu-se numa das doutrinas essenciais da cristandade. Todos os evangelhos assinalam que, após a morte e ressurreição, Jesus continuou a pregar a seus discípulos. Lucas (24;50,51) e os Atos dos Apóstolos (1;2,12) relatam sua ascensão aos céus, 40 dias após a ressurreição. Na história do cristianismo, a vida e ensinamentos de Jesus foram, muitas vezes, tema de discussão e de diferentes interpretações. Definir sua natureza tornou-se objeto de uma disciplina chamada cristologia.

3 AC – Ano Mundi 3893 – o nascimento de Jesus

Obviamente todos os fatos analisados até aqui com relação à morte de Herodes e a Estrela de Belém são importantes, mas pode-se perceber que nenhum deles é por si só suficiente para se estabelecer com precisão a cronologia da visita dos magos, ou do nascimento de Jesus.
Precisamos de outro indicativo, pois não podemos simplesmente retroagir dois anos a partir da morte de Herodes, seja ela aceita como 1 AC ou 4 AC, e concluir que os magos tenham avistado, conforme as teorias vistas, a estrela nestas datas, muito menos chegar ao nascimento de Jesus desta forma. Não há lógica para isto, uma vez que não há nenhuma informação que vincule com absoluta precisão estes fatos.
Veja que embora as teorias que datam o surgimento da Estrela de Belém falem concretamente de fenômenos muito convincentes, estas, por si mesmas, não nos permitem acatar com exatidão nenhuma data.
Temos então que utilizar a informação de Lucas 3:23 como âncora a data de nascimento de Jesus, onde o evangelista nos diz que na época de seu batismo, portanto, no início de seu ministério, “o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos”.
Lucas enfatiza a idade de Jesus mostrando claramente que de acordo com a Lei de Moisés ele estaria apto para o ministério: “Da idade de trinta anos para cima até aos cinqüenta anos, será todo aquele que entrar neste serviço, para fazer o trabalho na tenda da congregação”. (Números 4:3)
Constatamos também que Jesus foi batizado no ano 28 DC, 15° ano do governo de Tibério César (Lc 3:1). Retroagindo os 30 anos de Jesus na ocasião, temos que seu nascimento, de acordo com a informação de Lucas, deu-se, com maior probabilidade, em 3 AC.
O Apóstolo Paulo nos diz em Gálatas 4:4 que na “plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” .
Plenitude dos tempos, no grego (πλήρóμα τον χρόνου pléroma ton cronou), significa o tempo cumprido, que cumpriu-se o tempo, completou-se o tempo, que a soma de tudo está cumprida.
Em termos concretos, a plenitude dos tempos reflete em 3 AC um mundo pronto para receber o Evangelho, dado primeiro aos judeus, e depois aos gentios.
Já nos primórdios da Igreja, quando primeiramente o poder religioso se sente ameaçado pelo caráter universal das boas novas de Deus, vem a perseguição sobre os primeiros cristãos, que fugindo de seus perseguidores, levam o Evangelho pelas estradas romanas. Todos os caminhos levam a Roma, diz o ditado até os nossos dias, e é por elas que os primeiros seguidores de Jesus andaram até os confins da Terra espalhando a mensagem do Evangelho.
Na plenitude dos tempos o mundo usa o grego como língua universal, de maneira que a proclamação da mensagem de Jesus transcende as fronteiras do aramaico falado em Israel, e permite sua perfeita compreensão na língua franca daqueles tempos.
Coube, desta forma, a Alexandre, o Grande, que impôs o grego como língua franca do mundo, um importante papel na preparação da vinda do Messias prometido, como da mesma forma coube a Roma interligar os principais centros comerciais à capital do império, bem como sedimentar os conceitos de cidadania e justiça.
Deus é o Senhor da história, e na plenitude dos tempos satisfizeram-se todas as condições para a vinda de Jesus, não somente as físicas, como estradas e língua, mas todas as evidências que as profecias milenares haviam antecipado no curso da história de Israel, e era chegado o tempo de se realizarem.

O Dilúvio

2240 AC – (Anno Mundi 1656) – o dilúvio
Deus decide mandar as águas do dilúvio sobre a terra e eliminar dela tanto homens quanto animais. Mas Noé foi considerado um homem justo e foi escolhido para recomeçar a povoar a terra a partir de sua família. Desta forma, Deus ordena a Noé que construa uma arca e que nela coloque além de sua família um casal de cada espécie de animal vivente dando-lhe as medidas e as instruções necessárias para a construção.
A arca tinha, conforme o relato bíblico contido no capítulo 6 de Gênesis, 300 côvados de comprimento, 50 côvados de largura por 30 côvados de altura. Um côvado, medida antiga fora de uso hoje em dia, teria cerca de 45,62 Cm, e assim, as dimensões da arca seriam equivalentes a 137,16 Mt de comprimento, 22,86 Mt de largura por 13,71 Mt de altura, o que equivale a uma área de mais de 43.000 m3.
Numa outra forma de equivalência, seria comparável, em termos de capacidade a um trem moderno de 1229 vagões de 35 m3 cada um, tamanho de um vagão de carga padrão.
Não se sabe ao certo quantos anos Noé demorou para construir a arca. O livro apócrifo de Jasher, no capítulo 5, versículo 34 afirma que Noé demorou cinco anos para construí-la. Parece um tempo razoável, em que paralelamente se deveria organizar o plantio e reserva de alimentos a serem consumidos por um ano pela família de Noé e pelos animais.
Gênesis 6:1-3 diz o seguinte: “E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, e viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos”.
Algumas interpretações acerca desta passagem reputam que “filhos de Deus” quer referir-se a anjos, que desobedecendo a ordem natural das coisas desceram à terra e possuiram as mulheres de maneira a gerar uma raça híbrida de gigantes, propalada por alguns, como sendo os Nephelins. Seria esta a gota d’água que faz com que Deus envie o dilúvio.
Trata-se, no entanto, de mera especulação, pois como já disse um sábio pastor, muita teologia é feita nos dias chuvosos, porque o mau tempo impede o teólogo de sair de casa e ele se ocupa de fazer teologia.
No entanto, conforme o ponto de vista do historiador bíblico John Fok, há que se entender que o capítulo 6 de Gênesis está contextualizado com os capítulos 4 e 5, de maneira que no capítulo 4 vemos o retrato da descendência de Caim, enquanto no capítulo 5, a de Sete, terceiro filho homem de Adão.
Enquanto Moisés chama de “filhas dos homens” as mulheres descendentes de Caim, a descendência de Sete representa uma estirpe que permanece fiel ao Criador, desta forma, nomeada “ filhos de Deus”. Assim, o que retrata Gn 6:3 nada mais é que a conclusão de que as duas estirpes, por iniciativa dos descendentes de Sete, se juntaram, o que não foi tolerado por Deus. A palavra “gigante” que define o fruto de cruzamento destas raças vem originalmente da tradução King James, mas é mais acertadamente traduzida como “decaídos” ou “tiranos”. (John Fok, Old Tetstament Survey, Cap. 2, Pág 51).
Resultam deste versículo duas interpretações possíveis: a primeira que Noé demorou cento e vinte anos para construir a arca, tempo este em que os homens foram avisados de seu destino e não mudaram de atitude; e a segunda, que Deus, além de se decidir a eliminar o homem da face da terra, decidiu também encurtar o seu tempo de vida limitando-o a cento e vinte anos.
A diminuição da vida dos homens vem de fato a acontecer. É interessante notar, que depois do dilúvio, o tempo de vida dos homens passa a ser muito menor do que o de seus ancestrais pré-dilúvicos, mas que esta transformação vai acontecendo gradualmente, como se Deus houvesse de alguma forma forma reprogramado o genoma humano, fazendo com que nosso organismo se estinguisse cada vez mais cedo a ponto de estabelecer a idade de 120 anos como tempo limite de vida para os homens.
O fato de os primeiros homens viverem tanto tempo, perto de mil anos, conforme o relato bíblico, pode parecer uma coisa mitológica ou simbólica aos olhos do homem moderno, mas não é. Vários historiadores antigos o confirmam, não poucos, conforme relata Flávio Josefo: “que muitos que escreveram a história da Grécia como de outras nações, dão este testemunho. Maneton, que escreveu a história dos egípcios, Berose, que nos deixou a dos caldeus, Moco, Hestieu e Jerônimo, o egípcio, que escreveram a dos fenícios dizem também a mesma coisa. Hesíodo, Hecateu, Ascaulila, Helanico, Eforo e Nicolau, referem que estes primeiros homens viviam até mil anos”. (História dos Hebreus – Volume I – Cap 15).
Ainda neste contexto, Josefo nos diz que a longevidade dos primeiros homens foi importante para que estes conhecessem as ciências e a astronomia, o que não seria possível se a vida fosse breve.
Sabe-se com precisão que o ano do dilúvio foi 1656 A.M. Em Gn 9:28 lê-se que “viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos”. Sabe-se também com igual precisão que a da morte de Noé ocorreu no Anno Mundi 2006 aos 950 anos de idade, conforme Gn 9:29 que diz que “foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos, e morreu”.
Somando-se ao nascimento de Noé os 950 anos de sua vida e subtraindo-se os 350 anos que Noé viveu depois do dilúvio temos o Anno Mundi de 1656.
Lemos em Gn 7:11-12 que “no ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites”, a ponto de cobrir toda a terra, pois a água chegou a estar acima do nível das montanhas.
Desta forma, todo ser vivente que havia sobre a terra veio a perecer, tanto homens, quanto animais e aves. “Tudo que havia em terra seca, morreu”, de maneira que as águas custaram 150 dias para baixar seu nível e secar a terra. Só depois disto saiu Noé da arca que atracara no topo do Monte Ararate que se localiza na Turquia moderna.
Entre entrar e sair da arca depois do dilúvio passou-se um ano completo e dez dias, entre dia 17 do segundo mês do ano 600 da vida de Noé (Gn 7:11) e 27 do segundo mês do ano 601 de sua vida (Gn 8:14-18)
2239 AC – (Anno Mundi 1657) – secam-se as águas do dilúvio
Conforme Gn 8:13 “aconteceu que no ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as águas se secaram de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da arca, e olhou, e eis que a face da terra estava enxuta”. Trata-se do ano 601 da vida de Noé, cujo valor somado ao seu ano de nascimento nos situa no Anno Mundi 1657.
A história de muitas nações registra à sua maneira este acontecimento. Um deles, a Epopéia de Gilgamesh, a mais antiga referência secular conhecida sobre o assunto, que diz o seguinte: “Cheios de inveja do homem, os deuses resolveram destruir completamente a raça dos mortais, afogando-os. Um deles, no entanto, revelou o segredo a um habitante da terra, seu favorito, ensinando-lhe a construir uma arca para a salvação da sua pessoa e da sua espécie. A inundação imperou durante sete dias, até que toda a terra ficou coberta pela água. Finalmente o turbilhão sossegou e as águas baixaram.
O homem favorito e seus irmãos saíram da arca e ofereceram um sacrifício em ação de graças. Esfomeados, devido à longa privação de alimentos, os deuses “aspiraram o doce cheiro e juntaram-se como moscas sobre o sacrifício”, decidindo nunca mais cometerem a loucura de tentar a destruição do homem. (ORIGENS SUMÉRIAS DA CIVILIZAÇÃO – Historia – Edward McNall Burns – História da Civilização Ocidental Vol. 1)
Quanto aos tempos modernos, Robert Duane Ballard, famoso oceanógrafo pela descoberta dos destroços do Titanic em 1985, do Couraçado Bismarck em 1989 e dos destroços do USS Yorktown em 1998, iniciou no ano 2000 uma pesquisa financiada pela National Geographic que descobriu no fundo do Mar Negro, próximo à Turquia, um assentamento humano, conforme seus cálculos, de cerca de 7.500 anos.
De acordo com suas palavras, “se for confirmada a relação entre o assentamento humano – e, talvez, a cidade submersa – com o dilúvio universal bíblico, será a maior descoberta de todos os tempos”. A pesquisa está ainda em curso (2010).
Embora distante cerca de cinco mil anos da data bíblica do dilúvio, não deixa ainda assim de ser admirável a colocação do dilúvio numa data tão próxima à data bíblica, uma vez que outros pesquisadores, ainda num passado recente, costumam localizar acontecimentos milhões de anos antes. É sem dúvida um progresso.
A arca de Noé é um tema que tem fascinado arqueólogos e pesquisadores desde os séculos antigos. Muitas teorias a favor e contra o dilúvio foram levantadas desde então.
Independente da crença num dilúvio universal, como relata a Bíblia, ou num dilúvio local, restrito à Mesopotâmia, como querem outros, o fato é que a ciência concorda que ele aconteceu e numa data próxima ao relato bíblico.
Poderíamos continuar a falar sobre este tema por muitas e muitas páginas, mas não é nosso propósito. Há teorias sobre uma inclinação mínima do eixo da terra que causaria tal inundação, ou pela vontade divina ou por um cometa que passasse próximo ao planeta, ou ainda o degelo das calotas polares que poderia fazer subir o nível das águas dos mares a 150 metros de altura e outras tantas. Vale a pena você mesmo empreender a sua pesquisa sobre o assunto

O nascimento de Abraão

Abraão é uma figura extraordinária e é o ponto inicial do plano de Deus para trazer ao mundo Jesus Cristo. Jesus, como se sabe, era judeu, e como tal, era descendente de Abraão, o patriarca da nação de Israel. Jesus bem poderia ter nascido na Caldéia ou em qualquer outra nação já estabelecida no mundo antigo, mas aprouve a Deus criar um povo, para que deste povo nascesse o redentor da humanidade.
É preciso considerar que após o dilúvio, a humanidade retomou o mesmo destino que a havia levado à destruição. Os homens prosseguiram pelo mesmo mau caminho de antes praticando toda a sorte de atos ofensivos a Deus e ao seu semelhante. O plano de Deus é separar um homem justo e a partir deste homem criar uma nação da qual nascerá Jesus.
Quando falamos que a humanidade em geral era má naquele tempo, pode parecer que estamos nos referindo a criaturas muito diferentes do homem de hoje, de nós mesmos, mas não, trata-se da mesma matéria prima. É este o destino do homem natural, daí o plano de Deus de trazer Jesus ao mundo para mudar o coração do homem, não simplesmente para que ele se torne bom, mas para viver conforme a vontade do Criador.
Abraão, bem como seus descendentes, os judeus, são semitas, descendentes de Sem, filho de Noé. Para nos dar a data exata do nascimento de Abraão, a Bíblia nos relata um a um seus ancestrais conforme vemos a seguir:
2238 AC – (Anno Mundi 1658) – nascimento de Arfaxade
Em Gn 11:10 lemos que “ Sem era da idade de cem anos e gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio”, portanto, nos situamos no Anno Mundi 1658, resultado de (1656 + 2). Arfaxade é o primeiro homem nascido depois do dilúvio.
2203 AC – (Anno Mundi 1693) – nascimento de Selá
Em Gn 11:12 temos que “viveu Arfaxade trinta e cinco anos, e gerou a Selá”, portanto no Anno Mundi 1693, resultado de (1658 + 35).
2173 AC – (Anno Mundi 1723) – nascimento de Eber
“E viveu Selá trinta anos, e gerou a Éber”, conforme Gn 11:14, o que nos situa no Anno Mundi 1723, resultado de (1693 + 30).
2139 AC – (Anno Mundi 1757) – nascimento de Pelegue
“E viveu Éber trinta e quatro anos, e gerou a Pelegue”, conforme Gn 11:16, no Anno Mundi 1757, resultado de (1723 + 34).
2109 AC – (Anno Mundi 1787) – nascimento de Reú
“E viveu Pelegue trinta anos, e gerou a Reú.”, conforme Gn 11:18, no Anno Mundi 1787, resultado de (1757 + 30).
2077 AC – (Anno Mundi 1819) – nascimento de Serugue
“E viveu Reú trinta e dois anos, e gerou a Serugue”, conforme Gn 11:20, no Anno Mundi 1819, resultado de (1787 + 32).
2047 AC – (Anno Mundi 1849) – nascimento de Naor, avô de Abrão
“E viveu Serugue trinta anos, e gerou a Naor”, avô de Abraão, conforme Gn 11:22, no Anno Mundi 1849, resultado de (1819 + 30).
2018 AC – (Anno Mundi 1878) – nascimento de Tera, pai de Abrão
“E viveu Naor vinte e nove anos, e gerou a Tera”, pai de Abraão, conforme Gn 11:24, no Anno Mundi 1878, resultado de (1849 + 29).
1980 AC – (Anno Mundi 1916) – nascimento de Naor e Harã
Gênesis não faz qualquer menção cronológica aos irmãos de Abraão, mas o Livro de Jasher relata de forma precisa não só as datas de nascimento, mas também as mortes de ambos em duas passagens distintas.
Vejamos Jasher 24:27: “E Naor, filho de Tera, irmão de Abrão, morreu naqueles dias, no quadragésimo ano da vida de Isaque, e todos os dias de Naor foram cento e setenta e dois anos, e morreu, e foi enterrado em Harã”.
Quanto a Harã, Jasher 12:16 no diz o seguinte: “E Tera ficou grandemente aterrorizado na presença do rei e disse ao rei: foi Harã, meu filho mais velho, que me aconselhou a isto; e Harã tinha, nos dias do nascimento de Abrão, trinta e dois anos”. Subtraindo-se 32 anos do ano de nascimento de Abraão, temos o Anno Mundi 1.916.
Isaque, como veremos adiante, nasceu em 2.048 A.M. Teria 40 anos em 2.088 A.M. (2048 + 40). Subtraindo-se 172, idade de Naor quando faleceu, de 2.088, data em que Isaque teria 40 anos, temos que Naor nasceu em 1.916 A.M.
Conclui-se, desta forma, que ambos nasceram no mesmo ano, sendo gêmeos.
Para conclusão do cálculo das datas de Naor, Harã e Ló deve-se consultar o cálculo da data de nascimento de Isaque mais adiante.
1949 AC – (Anno Mundi 1947) – nascimento de Ló
Quanto a Ló, Jasher 24:22 diz o seguinte: “E Ló, filho de Harã, também morreu naqueles dias, no trigésimo nono ano da vida de Isaque, e todos os dias que Ló viveu foram cento e quarenta anos e morreu”.
Temos, portanto, que Ló nasceu um ano antes de Abraão, no Anno Mundi 1.947, resultado de (2048 + 39) – 140.
Para fins ilustrativos, colocamos na cronologia as datas referentes a Naor, Harã e Ló, deixando claro que as mesmas não impactam nem estão em desacordo com as datas estabelecidas em Gênesis.
1948 AC – (Anno Mundi 1948) – nascimento de Abrão
Conforme Gn 11:26: “E viveu Tera setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor, e a Harã”, , no Anno Mundi 1948, resultado de (1978 + 70). Abrão é a 10ª geração depois de Noé, nascido 292 anos depois do dilúvio e 48 antes dos acontecimentos da Torre de Babel.
Curiosamente tanto a data gregoriana de seu nascimento, quanto o Anno Mundi coincidem em 1948. É o único caso que conseguimos observar em toda cronologia.
Isto implica que temos de Adão até Abraão 1948 anos; De Abrão até o Ano Domini, ano 1 da nossa era, outros 1948 anos; Do ano 1 até o reestabelecimento do Estado de Israel moderno, outros 1948.
Embora Gênesis relate na mesma data o nascimento dos tres irmãos, sabemos que o redator se refere à Abrão, pois é ele, neste ponto da narrativa, o ator principal de Gênesis. Aliás, todo o relato das gerações posteriores ao dilúvio objetiva unicamente datar o nascimento de Abraão.
1938 AC – (Anno Mundi 1958) – nascimento de Sarai
Sarai era 10 anos mais jovem que Abrão, conforme lemos em Gn 17:17: “Então caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E dará à luz Sara da idade de noventa anos?”, portanto, nascida no Anno Mundi 1958

De Babel até a morte de Noé

morte de noe
1900 AC – (Anno Mundi 1996) – morte de Pelegue e Babel
Em Gn 11:19 lê-se que “viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos, e gerou filhos e filhas”, o que coloca a morte de Pelegue no Anno Mundi 1996, somando-se seus anos de vida ao seu ano de nascimento (1757 + 209).
Torre de Babel – Bruegel
Vejamos agora o que a narrativa complementar sobre o nascimento de Pelegue nos tem a dizer, conforme Gn 10:25-29: “E a Éber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra, e o nome do seu irmão foi Joctã. E Joctã gerou a Almodá, a Selefe, a Hazarmavé, a Jerá, a Hadorão, a Usal, a Dicla, a Obal, a Abimael, a Sebá, a Ofir, a Havilá e a Jobabe; todos estes foram filhos de Joctã”.
Diz a Bíblia que nos dias de Pelegue a terra foi repartida, o que veio a acontecer por causa da confusão de línguas em Babel. Sabemos, portanto, que Babel aconteceu nos dias de Pelegue.
No entanto, Pelegue viveu duzentos e nove anos e poder-se-ia dizer que Babel teria acontecido em qualquer um deles, mas não, se levarmos em conta que o narrador bíblico nos apontou a data de Babel com exatidão, sobrando, portanto, duas possibilidades, o ano de nascimento de Pelegue ou o de sua morte.
De acordo com a Seder Olam Rabbah, o Rabi Yose datou Babel no ano da morte de Pelegue pela razão de o redator estar fazendo um sumário da vida de Pelegue, onde inclui o fato de seu irmão mais novo, Joctã, conforme o relato bíblico, haver gerado treze filhos, o que torna impossível estar se referindo ao nascimento de Pelegue, mas sim à sua morte. Temos, portanto, que Babel aconteceu no Anno Mundi de 1996, ano da morte de Pelegue.
O Talmude atribui a Eber, pai de Pelegue, a qualificação de grande profeta de Deus, pois deu a seu filho mais velho o nome de Pelegue, que significa “divisão”, referindo-se ao fato de que nos dias de Pelegue a terra seria dividida (Gn 10:25).
Faz sentido a referência, ainda mais se notarmos o significado do nome do outro filho de Eber, Joctã, que significa “encurtar”. Lembremos que em Gn 6:3, conforme o comentário que fazemos no contexto da análise da data do dilúvio, que Deus decide diminuir o tempo de vida dos homens, e este fato pôde ser percebido por Eber nos dias em que gerou seus filhos, pois era evidente que os homens já não viviam o mesmo tempo de seus ancestrais.
Algo tinha de fato acontecido. Arfaxade, o primeiro a nascer depois do dilúvio, permanecerá vivo depois da morte das gerações posteriores a ele, entre os quais, Pelegue e Joctã. Faremos outros comentários a respeito da mudança dos padrões de idade dos homens após o dilúvio mais adiante, quando tratarmos da morte de Arfaxade no Anno Mundi 2096.
1899 AC – (Anno Mundi 1997) – morte de Naor, avô de Abrão
No Anno Mundi de 1997, conforme Gn 11:25, Naor, avô de Abraão, morreu aos 148 anos de idade: “E viveu Naor, depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos, e gerou filhos e filhas” (1878 + 119).
1898 AC – (Anno Mundi 1998) – morte de Harã, irmão de Abrão
Este fato não é mencionado na Bíblia. No Anno Mundi de 1998, conforme Jasher 12:37: “E Harã era de oitenta e dois anos de idade quando morreu no fogo de Casdim, resultado de (1916 + 82).
1898 AC – (Anno Mundi 1998) – Tera parte para Harã
Em Gn 11:31 lê-se: “E tomou Tera a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali”.
A data da ida da família de Tera para Harã é incerta. Pelas informações de Gênesis não se pode datar com precisão pois há um longo período de mais de vinte anos em que poderia ter acontecido.
No entanto, fixamos o Anno Mundi 1998 (1.948 + 50) de acordo com as informações do capítulo 13 do Livro de Jasher (que comentaremos adiante), que informa que Abrão teria 50 anos de idade quando a família deixou Ur em direção a Canaã, vindo a se estabelecer no meio do caminho, em Harã.
Um dos motivos que poderia justificar a parada da família em Harã teria sido a necessidade de recompor o grande rebanho que a família possuía, por se tratar de uma região muito fértil e com boas pastagens.
1890 AC – (Anno Mundi 2006) – morte de Noé
Noé veio a falecer anos depois, no Anno Mundi 2006, aos 950 anos de idade, conforme Gn 9:29 que nos diz que “foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos, e morreu”. (1056 + 950). Noé viveu por mais 350 anos depois do dilúvio.
Temos aqui uma constatação interessante: Abraão foi contemporâneo de Noé por 58 anos, entre os anos 1948 A.M, ano de seu nascimento e 2006 A.M., ano da morte de Noé. De acordo com o Livro de Jasher, Abraão conviveu com Noé por longo tempo, dos 10 aos 49 anos de idade, de quem aprendeu sobre as coisas de Deus

Sodoma e Gomorra

1848 AC – (Anno Mundi 2048) – destruição de Sodoma e Gomorra
Foi por volta desta época, entre a circuncisão de Abraão e o nascimento de Isaque, que Deus destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra.
Ló, sobrinho de Abraão habitava em Sodoma e por concessão de Deus, ele e sua família foram evacuados da cidade indo buscar refúgio em Zoar, isto por volta do Anno Mundi de 2048.
Ló passou a habitar nas regiões altas de Zoar. Sua esposa, como se sabe, transformou-se numa estátua de sal ao desobedecer as ordens de Deus quando voltou-se para ver o que sucedia nas cidades.
Ló vivia com suas filhas que não haviam produzido descendentes de seus maridos. Consideraram estas, que em sua família não havia homens que sucedessem a seu pai, e resolvem embriagar Ló para gerarem elas próprias filhos de seu pai: “E a primogênita deu à luz um filho, e chamou-lhe Moabe; este é o pai dos moabitas até ao dia de hoje. E a menor também deu à luz um filho, e chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje. (Gn 19:37-38)
De Ló, portanto, procederam estas duas nações, a saber, os amonitas e os moabitas, cuja relação com Israel virá a ser bastante tempestuosa a ponto de Moisés escrever uma lei no Deuteronômio proibindo que amonitas e moabitas pudessem entrar na congregação do Senhor (Dt 23:3) ao mesmo tempo em que sabemos que o grande rei Davi é neto de Rute, uma moabita.
No Livro de Jasher há um comentário interessante a respeito da atitude das filhas de Ló: diz Jasher que ao saírem de Sodoma vieram a se refugiar em uma caverna. Nos dias que se seguiram, vendo que as cidades haviam sido destruídas, imaginaram que todo o mundo o fora também, e que, portanto, haviam restado somente eles e desta forma, a continuidade de sua espécie dependeria da procriação com o próprio pai

A duração das vidas dos homens depois do dilúvio

1800 AC – (Anno Mundi 2096) – morte de Arfaxade
No Anno Mundi de 2096 morre Arfaxade, filho de Sem, neto de Noé, o primeiro homem nascido depois do dilúvio, com 438 anos de idade. Arfaxade viveu praticamente a metade do tempo dos seus ancestrais pré-diluvianos.
Nota-se, neste período da história, um acentuado decréscimo na expectativa de vida dos homens. Conforme vimos, ao passar pelas datas referentes a Babel, o Talmude atribui a Eber a qualificação de grande profeta de Deus, pois deu a seu filho mais velho o nome de Pelegue, que significa “divisão”, referindo-se ao fato de que nos dias de Pelegue a terra foi dividida (Gn 10:25) e Joctã, ao filho mais novo, que significa “encurtar”, tendo desta forma entendido, quer por revelação divina, quer por observação dos fatos, que os homens já não viviam tanto tempo.
Falemos um pouco sobre Gn 6:3: “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos”.
Entendem alguns, que Gn 6:3 faz referência ao tempo de antecedência em que Deus adverte Noé sobre o dilúvio. Faz sentido. Seria então, o Anno Mundi 1536, vinte anos antes do nascimento de Jafé, filho de Noé, cento e vinte anos antes do dilúvio.
No entanto, não se pode ignorar o fato de que a longevidade das vidas dos homens depois do dilúvio sofreu um acentuado decréscimo, indo se estabilizar em torno dos cento e vinte anos, idade de Moisés ao falecer  (Deuteronômio 31 : 2). Depois dele a  Bíblia registra, conforme bem observado por  um de nossos leitores (anônimo, infelizmente), o caso de Joiada, que morreu com 130 anos (2 Cr 24.15). É, portanto, inegável que Deus tenha alterado nossa genética, ou ainda, as condições atmosféricas depois do dilúvio, de maneira a limitar nosso tempo de vida. Vejamos os gráficos abaixo que se baseiam em levantamento de dados referentes às gerações relatadas na Bíblia de Adão a Moisés.
De fato, a forma como Deus implementou esta alteração vai além da nossa compreensão, pois de alguma forma, a idade dos homens nascidos após o dilúvio foi declinando acentuadamente até o limite estabelecido de cento e vinte anos, e continuou a declinar até os tempos modernos, seguindo a mesma trajetória descendente, se bem que por fatores que comentaremos abaixo.
Embora a narrativa de Gênesis nos induza a pensar que a decisão de Deus tenha ocorrido em data próxima ao dilúvio, é preciso notar que a ordem dos acontecimentos relatados não é cronológica, mas sim, contextualizada.
Ao analisarmos a tabela acima notamos que a idade de Sem ao morrer difere muito da de seus ancestrais, pois viveu 68% da média de tempo de vida de seus predecessores, o que nos força a aceitar que a decisão de Deus de limitar a idade do homem ocorreu antes de seu nascimento. A partir de Sem os homens viverão cada vez menos tempo.
A idade de Arfaxade ao morrer, o primeiro nascido depois do dilúvio, era de 438 anos, 162 a menos que Sem.
Vejamos os dados da geração de Arfaxade: considerando que a idade média dos homens anteriores ao dilúvio era de 881 anos, e que a idade de Sem ao morrer foi de 600 anos, conforme os dados acima extraídos de Gênesis, concluímos que houve um declínio de 29% na expectativa de vida dos homens daquela geração, ou seja, aqueles que nasceram até 100 anos depois do dilúvio tiveram menos da metade de tempo de vida que os primeiros homens. A expectativa média de vida desta segunda geração veio a ser de 424 anos de idade.
Notamos outro decréscimo acentuado, de mais 53%, com relação à geração anterior, na expectativa de vida das gerações seguintes, nascidas entre 100 e pouco menos de 200 anos depois da determinação de Deus: estas gerações tiveram uma expectativa de vida de 225 anos de idade, 47% da anterior, e 26% da expectativa de vida das gerações pré-dilúvio.
As gerações seguintes, nascidas entre aproximadamente 200 a 300 anos após o dilúvio tiveram uma tempo médio de vida de 176 anos, o que representava apenas 20% da expectativa de vida dos primeiros homens, e um declínio de 22% com relação à anterior.
A queda se mostra contínua nas gerações seguintes, nascidas entre aproximadamente 300 a 400 anos após o dilúvio, com um declínio de 16% com relação à geração anterior, representando cerca de apenas 17% do tempo de vida dos homens primitivos.
Segue-se o mesmo nas gerações entre aproximadamente 450 a 700 anos após o dilúvio, que registram um tempo médio de vida de 131 anos de idade, 15% da vida dos homens primitivos e 11% a menos que a geração anterior.
Interessante notar que é apenas no tempo de Moisés, nascido mais de 700 anos após o dilúvio, que o decreto de Deus se cumpre integralmente. Moisés, diga-se como curiosidade, morreu justamente no dia em que completava 120 anos de idade.
Quanto ao homem de nossos dias, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maior expectativa de vida é a dos japoneses, com 77 anos, o que representa menos de 10% da vida dos homens anteriores à determinação de Deus. Em Moçambique a expectativa de vida para homens é de 41 anos.
Nos dias de hoje, com todos os avanços da medicina, sabe-se que se pode viver até cerca de cento e vinte anos e com qualidade de vida.
No entanto, o que se observa, segundo dados da ONU citados em 17 de Junho de 2009 por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Desertificação e a Seca, há uma tendência de diminuição da expectativa média de vida da humanidade, não só em função dos graves transtornos causados em decorrência da escassez de alimentos no futuro breve, mas também pela falta de água tratada para consumo humano, guerras, desajustes climáticos, e um sem número de outros fenômenos adversos, todos eles causados pelo homem. Curiosamente a tendência é a continuidade do declínio em termos de expectativa média de vida.
Gráfico analítico da expectativa de vida dos homens
A curva acentuada de declínio que vemos no gráfico acima, localizada pouco antes do ano -1000 se refere a Enoque, que foi arrebatado por Deus no Anno Mundi 987, quando tinha 365 anos de idade, não tendo desta forma experimentado a morte

Moisés perante Faraó

1449 AC – (Anno Mundi 2447) – Moisés se apresenta perante Faraó
Conforme vimos no texto que se refere ao Anno Mundi 2018 sobre a promessa de Deus a Abraão, o Êxodo se deu quatrocentos anos depois do nascimento de Isaque, precisamente no Anno Mundi 2448.
Moisés e Arão perante Faraó - Benjamin West
A Seder Olam Rabbah está de acordo com esta data, e reporta sua conclusão de uma maneira diferente da nossa e bastante simples: Isaque, a semente de Abraão (Gn 21:12), tinha 60 anos quando gerou Jacó (Gn 25:26), e Jacó tinha 130 anos quando desceu ao Egito (Gn 47:9) e se encontrou com Faraó. Isto totaliza 190 anos, restando 210 anos para o tempo de pernanência no Egito, incluido nele a escravidão.
Pode-se reforçar estes cálculos com mais um argumento: Coate estava entre os que desceram ao Egito (Gn 46:11) e está escrito que viveu 133 anos (Ex 6:20). Os anos de vida de Anrão, seu filho foram 137 anos. Juntos com os 80 aos de Moisés quando se avistou com Faraó totalizam 350 anos. Seria de qualquer forma impossível que Isarel houvesse permanecido no Egito por 400 anos.
Quanto ao tempo da escravidão, temos que Levi morreu no Anno Mundi 2331, 76 anos depois de Jacó, 117 anos antes do Êxodo, e, desta forma, o tempo de escravidão não poderia ser maior que 117 anos, pois Levi foi o último dos filhos de Jacó a morrer e não há notícia de escravidão enquanto Levi viveu.
Segundo a Seder Olam, também não teria sido inferior a 86 anos, idade de Miriã, irmã de Moisés por ocasião do Êxodo, conforme já vimos anteriormente 2362 A.M..
Embora a Bíblia não mencione esta data, podemos concluir que o tempo da escravidão foi de fato superior a 80 anos, pois no registro do nascimento de Moisés (que tinha oitenta anos quando se avistou com Faraó), ve-se claramente que a opressão dos egípcios sobre os hebreus era tamanha, que se havia chegado ao ponto de mandar matar todos os meninos nascidos, podendo-se concluir que a referência sobre o tempo de Miriã é bastante razoável. Sabemos com exadidão a data do Êxodo, o Anno Mundi 2448. Quando, então, teriam Moisés e Arão se encontrado com Faraó?
Conforme o Talmude, Ex 5:11-12 nos dá uma indicação que nos permite concluir esta data .
No contexto, Moisés e Arão haviam se encontrado com com Faraó pedindo para deixar o povo ir. Faraó não só não deixou o povo partir como agravou sobremaneira o seu trabalho mandando cortar o fornecimento de palha para a confecção dos tijolos, e desta forma, os hebreus tinham que providenciar eles mesmos a palha sem deixar cair a produtividade de seu trabalho.
Vejamos o texto: “Ide vós mesmos, e tomai vós palha onde a achardes; porque nada se diminuirá de vosso serviço. Então o povo se espalhou por toda a terra do Egito, a colher restolho em lugar de palha.”
O Restolho, mencionado no verso 12, ainda segundo o Talmude, é a parte inferior da cana do trigo ou de outras gramíneas, que fica enraizada depois da ceifa.
Aparentemente não havia palha disponível, restando apenas a possibilidade de ceifar o restolho para usá-lo nos tijolos. Seria, portanto, ao fim da época da colheita do trigo no Egito.
A tradição judaica aponta o mes de Lyar (Abril ou Maio) como mes da colheita, mas não esclarece se no Egito. Se assim fosse, Moisés teria se apresentado a Faraó 12 meses antes do Êxodo, pois Lyar é o mes seguinte a Nisã.
Uma vez que a celebração da primeira Páscoa se deu com certeza em 14 de Nisã do Anno Mundi 2448, Moisés e Arão se apresentaram a Faraó no ano anterior, até mesmo porque Nisã é o primeiro mes do ano no calendário judaico. Independente do mes em que isto aconteceu, é certo que foi no Anno Mundi 2447.

As dez pragas do Egito

1449 AC – (Anno Mundi 2447) – as dez pragas do Egito
Antes de entrarmos na temática das pragas do Egito propriamente ditas, vamos explorar um pouco uma questão muito frequente dentro deste tema: Quem seria o Faraó com quem se avistaram Arão e Moises?
Êxodo 5:1-2 nos descreve este encontro da seguinte forma: “E depois foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Mas Faraó disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel”.
Gênesis se refere ao título Faraó 74 vezes, e conforme já observamos, não se trata de apenas um Faraó, mas vários. Exodo, por sua vez, faz 107 referências a um mesmo Faraó, este que se avistou com Miosés e Arão.
Outros livros da Bíblia fazem diversas referências a outros faraós de outros tempos.
No entanto, entre dezenas de citações de faraós, há, em toda Bíblia, apenas tres Faraós cujos nomes são citados. O Profeta Jeremias se refere a dois: Faraó-Hofra, a quem Jeremias também qualifica de rei do Egito (Jr 44:3) e Faraó-Neco, igualmente chamado rei do Egito (Jr 46:2).
O redator, ou redatores, de I e II Reis se referem a Sisaque e Neco, reis do Egito. Sisaque invadiu Jerusalém no quinto ano do rei Roboão (1 Rs 14:25) e Neco veio a matar o rei Josias, quando marchava contra a Assíria (2 Rs 23:29).
Havendo tão poucas referências ao praenomem (nome de assunção ao trono) do Faraó, não deixa de ser interessante notar por que tanta admiração por parte dos estudiosos por não se saber o nome deste Faraó especificamente, uma vez que somente três são conhecidos num total de 240 citaçoes de Faraós em toda Bíblia, afora as que meramente se referem ao rei do Egito, como Sisaque, por exemplo.
Neemias nos responde esta questão: “E mostraste sinais e prodígios a Faraó, e a todos os seus servos, e a todo o povo da sua terra, porque soubeste que soberbamente os trataram; e assim adquiriste para ti nome, como hoje se vê.“ (Ne 9:10)
A conclusão de Neemias é a preocupação do redator de Gênesis: Não é mostrar quem é o Faraó do Êxodo, mas sim, quem é o Deus do Êxodo. É mostrar aos israelitas que eles são possessão do Deus verdadeiro, conforme lemos em Ex 6:7: “E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios.”. É, finalmente, mostrar aos egípcios, não só a Faraó, mas ao povo, que Ele é o único Deus, conforme lemos em Ex 7:5: “Então os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles.”
Sabemos que em conseqüência da decisão de Faraó em não permitir a saída do povo de Israel, dez pragas foram enviadas sobre o Egito, sendo a última delas a morte de todos os primogênitos daquela terra.
Não é possível estabelecer quanto tempo duraram as pragas, nem datá-las com precisão dentro dos meses que antecederam o Êxodo, à exceção da última, a morte dos primogênitos.
Segundo a tradição judaica, as pragas duraram doze meses. O que podemos afirmar com segurança, é que nove delas ocorreram no Anno Mundi 2047, e a última, em 2048 A.M

O Êxodo

1448 AC – 15 de Nisã – (Anno Mundi 2448) – o Êxodo de Israel
“E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.“ Ex 12:41
Quando Moisés deu o primeiro passo saindo do Egito em direção à terra prometida, exatamente naquele mesmo segundo se completaram os quatrocentos e trinta anos desde a promessa a Abraão. Assim funciona o relógio de Deus, não há outra forma de se compreender este versículo. Deus não não faria coincidir apenas a contagem dos dias, não há por que duvidar.
Da mesma forma e de um outro ponto de vista, quando a passagem paralela (Gn 15:13) nos faz concluir que o Êxodo se deu quatrocentos anos depois do nascimento de Isaque, não há por que duvidar que a hora da partida de Israel do Egito não coincidiu com o exato segundo em que nasceu Isaque.
A palavra “dia”, empregada aqui por Moisés, se refere à menor parcela de tempo possível de ser contada naquela ocasião. Não seria possível o emprego da fração “segundo”, ou “milésimo de segundo” como comumente empregamos hoje nas nossas medições. A hora não era precisa. Não havia como dizer “nove horas e vinte e dois minutos”.
Sairam com Moisés do Egito cerca de 600 mil homens aptos para a guerra, o significa dizer, cerca de dois milhões de pessoas no total.
O Êxodo se deu no dia 15 de Nisã (Março/Abril) do Anno Mundi 2448. Com esta data concordam todos os documentos escritos dos judeus sobre o assunto. Moisés conduziu o povo pelo caminho do deserto do Mar Vermelho e levou consigo os ossos de José (Ex 13:19), que morrera no Egito duzentos anos antes e fizera seus irmãos prometer que assim o fariam quando deixassem aquela terra.
A morte de José se deu exatamente na metade do tempo entre o nascimento de Isaque e o Êxodo.
1448 AC – (Anno Mundi 2448) – travessia do mar vermelho
Saindo do Egito, era necessário cruzar o Mar Vermelho para seguir em direção a Canaã. Diz Ex 14:4 diz que Deus endureceu o coração de Faraó para que perseguisse os israelitas.
Moisés abriu o Mar possibilitando que o povo passasse entre dois portões de água. Os egípcios seguiram o mesmo caminho e foram mortos quando as águas se voltaram contra eles.
Lembremos da promessa de Deus a Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.” (Gn 12:3)
Da mesma forma que os egípcios mataram por afogamento os infantes israelitas nas águas do Nilo, Deus lhes pagou na mesma moeda

Os ossos de José e demais patriarcas são enterrados

1402 AC – (Anno Mundi 2494) – as tribos recebem sua herança 
Seis anos depois de cruzar o Jordão, após conquistar muita terra, ainda que houvesse muito mais a conquistar, Josué distribui a herança de Israel.
Calebe, da Tribo de Judá, um dos doze espias de Canaã, lembra então Josué da promessa feita por Moisés sobre a posse de Hebrom, conforme Js 14:10: “E agora eis que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos;”
Quarenta e cinco anos depois de espiar a terra Calebe recebe Hebrom em herança perpétua para si e seus descendentes. Foi, portanto, no Anno Mundi 2494 (2449 + 45).
1382 AC – (Anno Mundi 2514) – os ossos de José e demais patriarcas são enterrados
Conforme Js 23:1, sabemos que o período que antecede a morte de Josué é caracterizado por uma paz relativa. A sequência do texto encontrado em Js 24:29-32 dá a entender que os ossos de José, que Moisés trouxera do Egito, foram enterrados depois do sepultamento de Josué, ou seja, teria acontecido no Anno Mundi 2516.
No entanto, o texto (Js 24:29-32) não está tratando especificamente sobre este tema e é provável que, em havendo paz, seria razoável que o próprio Josué cuidasse neste tempo de enterrar os restos mortais de José, seu ancestral direto.
José foi enterrado em Siquém, no campo que Jacó comprara dos filhos de Hemor, pai de Siquém, por cem peças de prata, e que se tornara herança dos filhos de José, mais propriamente de Efraim, a tribo de Josué.
Jasher faz em seu capítulo 90 um interessante relato sobre este acontecimento, dizendo que os filhos de Israel trouxeram não apenas os ossos de José, como também de todos os outros patriarcas, ainda referindo que Josué teria então cento e oito anos de idade (dois anos antes de sua morte) quando José foi sepultado em Siquém. (Jasher 90:32-46)
Parece lógico que os filhos de Israel trouxessem os ossos de todos os patriarcas e não apenas os de José.
A provável razão pela qual Ex 13:19 faz menção apenas a José, se deve provavelmente ao fato do redator de Êxodo querer registrar o cumprimento da promessa feita a José, quando próximo de sua morte: “fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.” (Gn 50:25)
Não seria natural que as tribos deixassem de honrar seus ancestrais, uma vez que a promessa feita a José era conhecida de todos e naturalmente os outras tribos desejassem fazer o mesmo.
Vejamos o relato deste fato, de acordo com Jasher 90:38-45: “E naqueles dias, quando os filhos de Israel habitavam em segurança em suas cidades, que enterraram os esquifes de seus ancestrais que trouxeram do Egito, cada qual na herança de seus filhos, os doze filhos de Jacó foram enterrados pelos filhos de Israel, cada qual na pocessão de seus filhos.
E estes são os nomes das cidades onde foram enterrados os doze filhos de Jacó, os quais, os filhos de Israel trouxeram do Egito.
E eles enterraram Ruben e Gade deste lado do Jordão, em Romia, a qual Moisés deu a seus filhos. E Simeão e Levi foram enterrados na cidade de Mauda, que fora dada aos filhos de Simeão, e o subúrbio da cidade foi para os filhos de Levi.
E a Judá enterraram na cidade de Benjamin, no lado oposto de Belém. E os ossos de Issacar e Zebulom, enterraram em Zidon, na porção que caiu para seus filhos.
E Dã foi enterrado na cidade de Estael, e Naftali e Aser, enterraram em Kadeshi-Naftali, cada homem em seu lugar, conforme dado a seus filhos.
E os ossos de José enterraram em Siquém, na parte do campo comprada de Hemor, a qual se tornou herança de José. E enterraram Benjamin em Jerusalém, oposto aos Jebuseus, a qual foi dada aos filhos de Benjamim; os filhos de Israel enterraram seus pais, cada qual na cidade de seus filhos.” (Jasher 90:38-45)
Note que Jasher não faz no texto acima nenhuma menção a Manassés ou Efraim, sendo José, seu pai, o patriarca honrado com esta deferência

59 AC – (Anno Mundi 3837) – Júlio Cesar

No ano 59 AC Julio César, Pompeu e Crasso se juntam para formar o primeiro triunvirato a governar Roma, cada qual motivado por uma paticular necessidade.
Cesar fora eleito cônsul e precisava apoio para combater os povos gauleses ao norte; Pompeu, que era genro de Cesar, necessitava de grandes quantidades de terras para doar a seus soldados veteranos, e o interesse de Crasso, tido como o homem mais rico de Roma, era obter apoio para liderar o combate aos persas.
Em suas campanhas, Cesar saiu-se vitorioso não somente na Gália, mas expandiu consideravelmente as fronteiras de Roma vindo a conquistar a Britânia e Germânia.
Crasso foi derrotado e morto frente aos persas, um verdadeiro desastre de planejamento e logística militar, de onde se origina o uso do termo “erro crasso” utilizado até os nossos dias.
Na mesma época, morre ao dar à luz, a filha de Cesar, esposa de Pompeu, que casa-se então com a filha Scipião, maior inimigo de Cesar. Todos estes são os ingredientes de uma guerra civil que se forma por volta de 50 AC quando Pompeu ordena a Cesar que dissolva suas legiões e retorne a Roma.
Cesar, que conhecia os nomes de todos os seus centuriões e era amado por seus soldados desacata as ordens do senado e marcha com suas legiões para Roma. A guerra civil se instala terminando com a derrota de Pompeu na Grécia e Cesar a tornar-se ditador de Roma e Cônsul pela segunda vez em 48 AC.
Em 47 AC, em campanha pelo Egito, Cesar afasta do trono o rei Ptolomeu XIII e o substituiu por sua irmã, Cleópatra, com quem vem a gerar um filho, Ptolomeu XV (Cesarion).
Cesar criou em 46 AC o calendário juliano que viria a substituir o calendário romano e duraria até o século XVI quando seria substituído pelo Gregoriano em uso até os nossos dias. Em ambos o mês de Julho é uma homenagem a Júlio Cesar.
Cesar foi assassinado nem 44 AC numa reunião do senado roman

27 AC – (Anno Mundi 3869) – Augusto Cesar

Após a morte de Julio Cesar, forma-se em 43 AC um segundo triunvirato constituído por Otávio Augusto, filho adotivo de Cesar, Lépido e Marco Antônio, com poderes para governar Roma por cinco anos.
Depois de cinco anos no poder os três são releitos. Lépido é exilado de Roma, restando Marco Antônio e Otávio Augusto que disputam abertamente a supremacia do poder. Marco Antônio chegou a selar um acordo com Augusto casando-se com sua filha Otávia. A aliança entre os dois foi finalmente rompida quando Marco Antônio devolve a Augusto sua filha e casa-se com Cleópatra, a quem Cesar havia nomeado rainha do Egito.
Na condição de rei do Egito, tendo Cesarion – Ptolomeu XV, filho de Júlio Cesar com Cleópatra como seu co-dirigente, Marco Antônio se torna uma ameaça real a Augusto e a guerra entre ambos passa a ser inevitável. Trava-se então uma luta pelo poder que é finalmente vencida por Otávio na batalha de Ácio, no mar da Grécia, em 31 AC.
Desta forma, em 29 AC Augusto retorna a Roma como senhor único sem que haja qualquer oposição ao seu nome. Marco Antônio se refugia no Egito onde ele e Cleópatra viriam a suicidar-se.
Otávio se torna então em 27 AC imperador de Roma com o título de Augustus (divino), de onde se deriva o nome do mês de Agosto tanto no calendário Juliano quanto no Gregoriano, um mês a seguir de Julho em homenagem a Júlio Cesar.
Curiosamente Augusto viria a morrer no seu mês, em 19 de Agosto de 14 DC. É de Otávio Augusto a ordem para que o mundo romano se alistasse, ocasião em que José e Maria viajam a Belém da Judéia

37 AC – (Anno Mundi 3859) – Herodes governador da Judéia

Como se sabe, Herodes era idumeu, povo que fora “judaizado”, sobretudo no período de João Hircano, que mesmo sendo gentios, eram conhecedores e obrigados aos usos e costumes religiosos de Israel.
Os idumeus são os edomitas (descendentes de Esaú) que ocupavam originalmente a área situada entre o Mar Morto e o Golfo de Eilate ou Ácaba, como dizem os árabes, e vieram a se mudar para a região mais ao norte da localização inicial, tanto por conta do exílio babilônico, que removeu muitos judeus da região, como pela invasão dos árabes nabateus sobre suas terras.
A partir de 63 AC a Judéia passou a ser administrada pelo governador romano da Síria sendo dividida em quatro tetrarquias.
Neste tempo, por seu próprio mérito, Antípatro, pai de Herodes, fez grandes conquistas pessoais, recebendo de Roma vários benefícios, entre os quais a cidadania romana, isenção de impostos e o cargo de administrador da Judéia.
Antípatro soube ao longo de sua vida granjear a simpatia dos novos senhores da terra, suprindo em tempos difíceis, e por inúmeras vezes, o exército romano, de trigo e outros víveres de primeira necessidade, tornando-se assim próximo de Pompeu, Cesar, Scauro e Marco Antonio, entre outros.
Tornou-se amigo pessoal de Julio Cesar quando este, depois da morte de Pompeu, fazia guerra contra o Egito.
Nesta ocasião Antípatro arregimentou cerca de tres mil soldados, que sob seu comando, se juntaram a Mitrídates, um dos generais de Cesar, quando este ia em seu socorro no Egito.
Os fatos atestam que Mitríades ficou a dever não só sua própria vida, como também a de seus homens a Antípatro, que num ato de bravura e astúcia os livrou de serem todos mortos em batalha. Este fato foi comunicado a Cesar, que desde então passou a dedicar-lhe grande estima. Em decorrência disto Antípatro foi nomeado administrador dos negócios e interesses da Judéia.
Hircano era neste tempo sumo sacerdote do Templo em Jerusalém e grande aliado de Antípatro. A relação de Hircano com a família de Antípatro sempre fora boa e os dois lados souberam tirar vantagens desta união. O bom entendimento entre estes dois veio a trazer grandes benefícios para Jerusalém, como por exemplo, a permissão para reconstrução dos muros da cidade e do Templo.
Por volta de 47 AC, Antípatro conseguiu nomear seu filho Fasael governador, ou tetrarca da Judéia, e Herodes, com apenas quinze anos de idade, tetrarca da Galiléia.
Josefo atesta que apesar da pouca idade Herodes já mostrava grande competência no trato com pessoas poderosas. Começa, portanto, aqui sua jornada rumo ao destino que conhecemos.
Quando encontramos Herodes nas páginas dos evangelhos a buscar Jesus ainda criança para matá-lo, ele é um homem de idade avançada já próximo de sua morte, e desta forma desconhecemos a longa trajetória que o levou ao poder, que obstante o apoio inicial que recebeu de seu pai, mais por seu mérito pessoal e a custa de muito trabalho conseguiu chegar onde chegou.
Depois da morte de Cesar, houve grandes desentendimentos no império e várias facções se formaram em busca do poder, uma delas formada por Cássio e Antônio.
Quando Cássio, nesta ocasião, recrutava soldados na Síria, houve grande problema de falta de recursos, e desta maneira toda a região foi penalizada tendo que arcar com enormes custos para pagamento do exército romano.
Mesmo assim, além do que lhes era exigido, Antípatro recomendou aos filhos Fazael e Herodes que auxiliassem Roma nesta tarefa, e desta maneira Herodes é o primeiro a suprir boa parte desta demanda, o que lhe fez cair nas graças de Cássio. Já os demais governadores que não agiram da mesma forma vieram a cair em desgraça.
Malico, que era o responsável por esta arrecadação, caiu em desgraça perante Cássio, e esteve a ponto de ser morto, só não sendo por interferência de Antípatro, o que lhe iria custar muito caro, pois este mesmo Malico veio envenená-lo tempos depois. Herodes vingaria a morte do pai.
Uma vez reunido este exército, Cássio e Marcos deram o seu comando a Herodes e o fizeram governador da Baixa Síria.
O fato é que Cássio era contrário a Marco Antônio e Augusto e veio a ser por estes derrotado. Augusto foi combater na Gália e Antônio veio para a Síria.
Herodes, que até então era aliado de Cássio, inimigo de Marco Antônio, não tardou para procurá-lo a fim de explicar-se.
Levou-lhe grande soma de dinheiro e impressionou-o de tal forma, que embora houvesse presentes muitos que acusavam Herodes de traição, Antônio sequer quis ouvi-los. Os irmãos foram confirmados tetrarcas da Judéia e muitos dos seus acusadores acabaram na prisão.
Herodes teve depois disto que lidar com uma adversidade: Antígono, que era filho de Aristóbulo II (66-63 AC) veio através de uma trama complicada a tomar o poder na Judéia com a ajuda do rei dos Partos. Fazel, irmão de Herodes, veio a ser aprisionado por Antígono e mata-se na prisão.
Diz Josefo, que uma vez no poder, Antígono mandou cortar uma orelha de Hircano, sumo sacerdote, pois a lei dos judeus não permitia que alguém que portasse algum defeito físico tivesse tal encargo, afastando assim qualquer possibilidade de o sumo sacerdote vir a ocupar também o governo da nação.
Herodes travou várias batalhas contra Antígono a fim de recuperar o governo perdido. Em meio a esta campanha veio a desposar Mariana, neta do rei Aristóbulo, conseguindo assim alguma ligação familiar com o povo judeu.
Antígono governou por pouco tempo, tendo sido preso e levado à presença de Marco Antônio, que por uma solicitação de Herodes e grande soma de dinheiro lhe mandou cortar a cabeça.
A ambição pelo poder e o medo de perdê-lo assombraram Herodes por toda sua vida. É um medo compreensível, pois governava uma sociedade totalmente segregada e contrária à presença de gentios em seu meio, e Herodes nela se infiltrara à custa do preço carríssimo da perda de liberdade do povo.
Há que se notar que há, no entanto, um precedente que ameniza sua presença no poder, que é a falta de prestígio dos asmoneus perante o povo.
A gloriosa guerra dos valorosos Macabeus terminara por legitimar, se assim se pode dizer, no trono de Davi, toda uma geração de ambiciosos que permitiram que a cultura helênica se misturasse à judaica, e o sumo sacerdócio fosse utilizado como instrumento de poder.
Aos olhos do povo, a troca dos asmoneus por Herodes foi praticamente seis por meia dúzia.
O objetivo de relatar aqui algumas informações sobre Herodes, não é outro senão tentar entender a sua personalidade, por consequência da qual, em seu último ato insano mandará matar os infantes de Belém.
Herodes mandou assassinar, depois de retomar o poder de Aristóbulo, o também homônimo Aristóbulo, irmão de sua esposa Mariana, sumo sacerdote do Templo em Jerusalém, por medo que Marco Antônio, vendo o prestígio que este tinha perante o povo, o colocasse no governo da Judéia.
Por conta deste assassinato, Marco Antônio, que já nesta altura vivia com Cleópatra, chamou Herodes para se justificar.
Conta Josefo que antes de partir ao seu encontro Herodes deixou instruções a José, seu cunhado, que tomaria conta do governo em sua ausência, que caso viesse a ser condenado, que matasse sua esposa. Suspeitava que Antônio, tendo ouvido falar da beleza ímpar de Mariana poderia condená-lo à morte para lhe tomar a mulher.
Herodes comprou mais uma vez sua inocência e na volta à Judéia ouviu boatos falsos sobre a esposa. Mandou então matar José, o cunhado que deixara no governo, por suspeitar que de alguma forma teria se tornado íntimo de Mariana, mandando prender também sua sogra por achar que ela teria estimulado a suposta traição.
No sétimo ano de governo de Herodes, ano 31 AC, mesmo ano em que se deu a batalha de Ácio entre Augusto e Antônio pelo governo de Roma, houve um grande terremoto na Judéia em que dez mil pessoas perderam a vida.
Herodes estivera então envolvido numa difícil guerra contra os árabes da qual saiu vencedor. Voltou a Jerusalém dono de um prestígio que jamais tivera entre os judeus.
Quando se soube que Augusto derrotara Marco Antônio, ninguém duvidou que seria este o fim de Herodes, uma vez que a amizade entre ele e Antônio era conhecida de todos.
Mandou matar então por precaução a Hircano, para prevenir que se caísse em desgraça com Augusto, este não o substituiria no poder.
Quando foi ter com Augusto, não sabendo que sorte o esperava, deixou seu irmão no governo, dando novamente ordens que matasse sua esposa se algo de ruim lhe acontecesse.
Encontrou-se com Augusto em Rodes, quando mais uma vez a sorte lhe sorriu. Quando era de se esperar que se desculpasse com Augusto pela traição de ter se unido a Marco Antônio, ao contrário, disse que só não tinha ido combate-lo pessoalmente ao lado de Antônio porque estava na ocasião ocupado numa guerra com os árabes, e que mesmo assim lhe enviou, conforme estava ao seu alcance na ocasião, mantimentos para seu exército, de maneira que se orgulhava de ter sido fiel ao amigo a quem devia tudo que tinha. Sendo assim, morto o amigo, ofereceu a Augusto a mesma lealdade que sempre tivera por Marco Antônio.
Augusto se impressionou muito com sua sinceridade e não só o perdoou como também o reconfirmou no reino da Judéia, vindo desde então a ser seu admirador e amigo.
Voltando cheio de glórias desta viagem, Herodes ouviu de alguns da corte uma acusação mentirosa de que sua esposa Mariana tencionava envenená-lo, o que foi suficiente para ele a mandasse matar.
Construiu depois disto em Jerusalém um circo e um anfiteatro em que eram praticados jogos em homenagem a Augusto. Esta atitude distanciou-o definitivamente do povo que era contrário a estes costumes, culminando o fato com um grupo de revoltosos decidido a matar Herodes num dia em que havia jogos. O plano foi delatado e todos foram mortos.
Josefo comenta que o delator foi então morto pela população, tendo suas carnes sido picadas e atiradas aos cães. Herodes descobriu os que o haviam feito tal coisa e mandou mata-los a todos juntamente com suas famílias.
Herodes viria a recuperar seu prestígio com o povo quando uma grande seca se abateu sobre a Palestina, de maneira que não havia comida para o povo. Mandou então comprar trigo e víveres no Egito para o povo a custa de seu próprio dinheiro, o que lhe rendeu em retorno, a gratidão dos judeus. Ajudou também da mesma forma os povos da Síria, fazendo-o admirado em todo o mundo romano, de maneira que o ódio por sua pessoa foi momentaneamente esquecido.
Herodes mandou construir muitos palácios e cidades, entre as quais, Cesaréia, em homenagem a Augusto, uma cidade magnífica que demorou doze anos para ser erguida, cujas ruínas se pode visitar ainda nos dias de hoje

20 AC – (Anno Mundi 3876) – Herodes constroi o “terceiro Templo”

De todas as obras de Herodes, a que mais nos interessa conhecer os detalhes se refere ao Templo de Jerusalém, pois foi este o Templo visitado por Jesus.
A ele normalmente nos referimos como “Segundo Templo”, pois nossa tradição nos reporta que Herodes apenas reformou o Templo que fora reerguido por Esdras por ocasião do retorno dos judeus do exílio babilônico. Dá respaldo a ser chamado “Segundo Templo”, o texto do Profeta Ageu dirigido a Zorobabel e seus companheiros com palavras de incentivo para continuarem as obras de sua reconstrução: ” A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos”. (Ag 2:8)
Flávio Josefo, conforme referido na História dos Hebreus, Vol. 5, Cap. XIV- § 676, nos dá a entender que se trata de um “Terceiro Templo”, uma vez que o Templo de Esdras, conforme Josefo, foi desmontado e ampliado por Herodes a partir de seu 18º ano de governo.
É possível compatibilizar as duas coisas se considerarmos que o pronome demonstrativo do original hebraico (זה – zeh) do texto de Ag 2:9 traduzido por “desta”, pode igualmente ser traduzido como “daquela”, ou seja, “a glória daquela última casa”, o que poderia se referir não propriamente ao Templo de Esdras, mas ao que Jesus visitou, considerando-se, é claro, a hipótese de Josefo de serem templos distintos.
É importante considerar que Josefo foi contemporâneo deste Templo, tendo-o certamente visitado em inúmeras ocasiões. Outro fator muito importante que atesta esta possibilidade se deve ao fato de que Josefo reconheceu Jesus como o Messias esperado. Vejamos a referência contida na História dos Hebreus – Vol. 5, § 772:
“Nesse mesmo tempo apareceu JESUS, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios.
Ele era o CRISTO. Os mais ilustres de nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria muitos milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome.”
O primeiro indício de que se trataria de um terceiro Templo se refere às suas dimensões, pois, segundo Josefo, ele foi contruído maior e mais alto que o Templo anterior. Vejamos suas próprias palavras: “Ergueu-se o Templo de cem côvados de comprimento e cento e vinte de altura. Mas os alicerces cederam e esta altura ficou reduzida a cem côvados”.
De acordo com 1 Rs 6:2, o Templo “que o rei Salomão edificou ao SENHOR era de sessenta côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de trinta côvados de altura”.
Conforme o Livro de Esdras, a única referência às dimensões do “Segundo Templo” é esta: “No primeiro ano do rei Ciro, este baixou o seguinte decreto: A casa de Deus, em Jerusalém, se reedificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados.” (Ed 6:3)
O texto de Esdras nos notifica que o projeto de construção foi desta vez determinado por Ciro, com dimensões diferentes do projeto original, e aparentemente não houve qualquer contestação a este respeito, nem da parte dos sacerdotes, nem da parte de Deus.
Parece ser este ponto bastante adequado para traçarmos um paralelo entre a revelação progressiva de Deus para os homens e a questão do Templo.
Tanto a Casa de Deus conceituada no Tabernáculo no deserto quanto a que foi construída de materiais duros por Salomão têm uma característica em comum: a extrema rigidez de detalhes com os quais foram concebidas.
Não é sequer possível imaginar que tanto uma quanto outra tivessem qualquer detalhe de suas concepções alterados ainda que minimamente.
Já uma outra situação diferente é vista na reconstrução corrdenada por Esdras, pois independente das dificuldades que circundaram esta tarefa e do extremo amor e dedicação por parte daqueles que dela participaram, houve, aparentemente uma profunda modificação no projeto de Salomão que se refere às suas dimensões.
Lembremos que quando Davi transportava para Jerusalém a Arca que por vinte anos permanecera na casa de Abinadabe ocorreu um acidente: Os bois que puxavam o carro em que esta se encontrava se desiquilibraram e Uzá tocou a Arca (2 Sm 6:6-7). Não lhe era permitido tocá-la, e por esta razão foi morto por Deus, independente de sua intenção ser a melhor possível. Que se diria então se Deus não estivesse de acordo com as modificações nos templos reconstruídos?
O que parece mais correto, é que à medida que a revelação de Deus progride, menos importância tem o Templo na relação do homem com Deus, a culminar nos tempos vindouros em que Jesus travaria o seguinte diálogo com a mulher samaritana:
“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4:19-24)
Retornando ao relato de Josefo, outro indício de que seria um “Terceiro Templo” se refere à referência de o Templo original (de Esdras) haver sido desmontado por inteiro.
Herodes, segundo Josefo, não conseguiu a princípio convencer o povo de suas boas intenções pois muitos achavam que seu desejo era somente derrubar o Templo. Prometeu então não tocar o Templo antigo até que todo o material necessário para a construção do novo estivesse completamente disponível. Vejamos seu comentário:
“Empregou mil carretas para trazer as pedras, reuniu todo o material, escolheu dez mil operários dos melhores e sobre eles constituiu mil sacrificadores (sacerdotes) vestidos às suas custas, inteligentes e práticos nos trabalhos de pedreiro e carpinteiro. Depois que tudo estava preparado mandou demolir os velhos alicerces para serem reconstruídos e sobre eles ergueu-se o Templo de cem côvados de comprimento e cento e vinte de altura. Mas os alicerces depois cederam e esta altura ficou reduzida a cem côvados.”
Outro detalhe muito interessante que Josefo nos revela diz respeito ao muro de arrimo no entorno do Templo: “Herodes fez rodear por outro muro todo o sopé do montículo, embaixo do qual, do lado sul, há um profundo vale. Este muro, construído com grandes pedras ligadas com chumbo, vai até a extremidade em baixo do montículo e o rodeia por inteiro. É de forma quadrangular, tão alto e tão forte que não se poderia contemplá-lo sem admiração. Depois que este muro foi erguido, tão alto quanto o vértice do montículo, encheu-se todo o vazio que havia dentro dele. Formou-se assim uma plataforma, cujo perímetro era quatro estádios, pois cada uma das frentes tinha um estádio de comprimento e havia um pórtico colocado no meio dos dois ângulos.”
Em resumo Herodes teria aterrado o monte Moriá, vindo a construir o Templo sobre um espetacular platô o que o colocava numa altura admirável. Foi deste lugar que Satanáz desafiou Jesus. (Mt 4:5)
O tempo total de construção deste Templo, conforme Josefo, foi de nove anos e meio, tendo assim sido concluído em 11 AC. Contudo, de acordo com Jo 2:20, na visita em que Jesus expulsou os vendilhões do Templo, os judeus replicaram Jesus com estas palavras: “ Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?” (Jo 2:20)
Quarenta e seis anos contados a partir da data de início da construção por Herodes nos levaria ao ano 27 DC, um ano antes de Jesus ser batizado. Desta forma, ou este judeu estava enganado ou sabia de alguma coisa que não sabemos. A conclusão de se tratar de um segundo ou terceiro Templo é de menor importância e do foro de cada um, mas o fato é que o relato de Josefo não invalida o de Esdras e vice-versa

A ligação de Daniel 9 com a crucificação de Jesus no Anno Mundi 3925

O período abrangido pelo Antigo Testamento se encerra com a morte do rei Artaxerxes I em 434 AC. Começa então o chamado período inter-testamentário, que se estende até o nascimento do Senhor Jesus, ou melhor ainda, cerca de um ano antes, com o advento do censo romano determinado por Augusto Cesar, primeiro fato histórico narrado pelo Novo Testamento. Designamos normalmente o período intertestamentário por “quatrocentos anos de silêncio”.
A última data de interesse bíblico possível de ser determinada no Antigo Testamento é a que justamente nos auxilia  na localização do ano da crucificação de Jesus. Trata-se do 20º ano de Artaxerxes I, a partir do qual, conforme Dn 9:24-25, somos levados pela adição de 483 anos ao Anno Mundi 3925, ano da crucificação de Jesus, quando se cumpre o tempo de 69 das 70 semanas profetizadas por Daniel.
Evento
Data
20º ano de Artaxerxes I
3442 A.M. – 454 AC
69 semanas de Daniel em anos corridos
483 anos (69 semanas * 7 anos)
Ano da crucificação de Jesus
3925 A.M.
Vejamos o que nos diz Daniel: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.” (Dn 9:24:25)
De acordo com o Dr. Aníbal Pereira dos Reis” (conforme visto no tratamento de 3442 A.M.), o vocábulo hebraico “chabua”, comumente traduzido por semana, fundamentalmente significa setenário, que é o espaço de sete dias ou sete anos, o que é confirmado com absoluta precisão pelo texto de  Levítico 25:8: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.”
Desta forma, a partir deste ano (3925 A.M.), é necessário calcular quantos anos viveu Jesus para chegarmos ao seu nascimento e demais datas de seu ministério.
Teoricamente, determinar o nascimento de Jesus seria uma tarefa fácil, uma vez que se trataria de apenas subtrair de 3925 os 33 anos, suposta idade que teria ao ser crucificado. A idade de 33 anos lhe é tradicionalmente atribuída pelo fato de Lc 3:23 declarar que Jesus tinha “cerca de 30 anos” quando iniciou seu ministério e pela adição de três anos a que se referem os relatos contidos no Evangelho de João sobre as festas das quais participou, entre elas, três diferentes Páscoas.
A qual ano do calendário gregoriano equivale o Anno Mundi 3925

30 DC – Anno Mundi 3925 – Crucificação de Jesus

Lucas nos fornece a única data concreta mencionada não só nos evangelhos (Lc 3:1), mas em todo o Novo Testamento, o ano quinze do império de Tibério César. Não há de fato outra data que se possa reconhecer em toda a vida de Jesus ou no Novo Testamento exceto esta, e parece claro que ao fornecê-la, Lucas procura datar um fato importante.
Todos os quatro evangelhos relatam o batismo de Jesus, mas apenas Lucas, o médico com vocação de historiador, nos dá um detalhe precioso e único em termos cronológicos: a data de seu batismo.
É necessária a leitura acurada de Lucas 3:1-20 para nos esclarecer qual o foco principal entre os assuntos ali tratados, pois uma leitura desatenta pode nos levar a concluir que o evangelista está datando o início do ministério de João e não propriamente o batismo de Jesus. É bom que se reconheça que a maioria dos comentaristas conclui que se trata do início do ministério de João Batista.
Quando se lê a Bíblia com o intuito de datá-la, fica nítida a dinâmica dos autores sagrados no que se refere à sua cronologia. É, portanto, muito diferente de se pegar um determinado texto do Novo Testamento, como este, Lucas 3:1, por exemplo, e concluir que se trata do início do ministério de João Batista.
Os comentaristas judeus, muito mais atentos à esta matéria que os analistas cristãos, podem nos ensinar muito a este respeito, a começar por uma pergunta que a regra mais básica da interpretação bíblica nos obriga a fazer a respeito do texto em questão: Por qual razão a única data fornecida no Novo Testamento inteiro apontaria para um evento na vida de João Batista, se toda a Bíblia, toda ela, aponta única e exclusivamente para a pessoa de Jesus?
Lucas situa primeiramente o ano em que se dá o principal acontecimento de seu relato, o 15º ano de Tibério, sincronizando o imperador romano com os demais líderes contextualizados naquele ano, entre os quais Pilatos, governador da Judéia, Herodes, o tetrarca da Galiléia (filho de Herodes, o Grande), Anás e Caifás, sumos sacerdotes. Todos estes terão algum tipo de relacionamento com Jesus, e apenas Herodes está ligado a João.
Por passar a relatar a partir deste ponto eventos relacionados à vida de João Batista, poder-se-ia compreender que a data se refere ao início do ministério de João. No entanto, tal possibilidade não pode ser aceita, pois Lucas nos faz sim, um breve relato do ministério de João, sintetizando sua pregação às multidões, e culmina dizendo que Herodes terminou por lançá-lo na prisão (Lc 3:20), para depois contar que Jesus foi por ele batizado (Lc 3:21).
Recorde-se a forma como a Bíblia data a Torre de Babel: diz que aconteceu nos dias de Pelegue (Gn 10:25). Mas Pelegue teve uma vida extensa, e desta forma Babel só poderia se referir às duas únicas datas exatas de sua vida, seu nascimento ou sua morte, e neste caso, refere-se à sua morte.
Como o relato de Lucas cobre praticamente todo o ministério de João, indo desde o seu aparecimento até a sua prisão, para só depois mencionar o batismo de Jesus, entende-se desta forma que o batismo é o assunto em foco. De outra forma a data não seria útil para nada, pois nenhum outro assunto do texto em questão é por si só uma âncora.
Não fosse assim, a qual evento da vida de João se referiria o ano 15 de Tibério? Seria o ano em que João começou a pregar o batismo de arrependimento (v. 3), ou seria o ano em que foi preso por Herodes (v. 20)?  A que se referiria a data explicitada por Lucas?
Pelo mesmo princípio da interpretação da data de Babel, no caso de Lucas, considerando todos os eventos relacionados a João, apenas dois seriam datáveis: o início de seu ministério e o batismo de Jesus. Qual o mais importante? Evidentemente que o  início do ministério de Jesus.
Pode-se assim concluir que Jesus foi batizado no 15º ano de Tibério Cesar no poder, correspondente ao ano 28 (DC) de nosso calendário, data esta facilmente comprovável pela história secular.
Tibério, segundo todas as fontes históricas acreditadas passou a reinar no ano 14 DC, ano da morte de Augusto. Desta forma, o ano 14 DC é seu primeiro ano de governo e 28 DC é seu 15°, uma vez que 14 DC é contado como primeiro ano de seu governo.
A data de Lucas (Lc 3:1) é a única âncora cronológica em todo o Novo Testamento. Estejamos atentos a isto, pois não há nenhuma outra data identificável por um calendário no Novo Testamento senão esta. O único evento da vida de Jesus claramente mencionado por um calendário é o seu batismo. Seria coincidência?
Partindo, desta forma, do ano 28 DC como data de seu batismo, e sabendo que seu ministério durou cerca de três anos, pois os evangelhos mencionam três diferentes Páscoas, podemos concluir que Jesus foi crucificado em 30 DC, Anno Mundi 3925

Nenhum comentário:

Postar um comentário